ENTREVISTA: Luiz Andrade e Ray Cardoso apresentam “Memorabilia”

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Momentos, lembranças da infância, traumas, pessoas que já se foram. Todos esses elementos se reúnem em “Memorabilia”, coletânea de histórias em quadrinhos de Luiz Andrade e Ray Cardoso que explora uma coleção de recordações. 
 

Publicado de forma independente, o quadrinho apresenta três histórias, além de tiras e ilustrações, relacionadas à memória. Para conhecer mais sobre, conversamos com os autores. Confira a entrevista: 

 
 
 

Memorabilia foi descrito como “uma viagem intimista sobre as coisas que findam e as que perduram”. Como surgiu a ideia de fazer a coletânea? E a parceria entre vocês?
 
 

LUIZ: Nós estamos juntos há alguns anos e queríamos fazer algo só de nós dois. A ideia foi amadurecendo, eu fiz uma história, ela fez outra e vimos em comum o tema memória. A pandemia e outras coisas que aconteceram no caminho, acabaram fazendo parte do projeto, de alguma forma.
 

RAY: Conheço o Luiz desde 2012 e de lá pra cá trabalhamos em muitas coisas, de exposições a quadrinhos quase sempre de forma coletiva. Fazer um quadrinho somente nosso era  desejo que tínhamos a bastante tempo, entre um trabalho e outro conseguimos um tempinho pra focar neste projeto e entramos em consenso que ele deveria tratar de um tema em comum para ambos,  foi quando pensamos em memórias e todos os sentimentos que ela nos traz tanto as boas quanto as não tão boas assim. Daí foi um passo para a criação das histórias e do projeto num todo.
 

A coletânea apresenta três histórias, além de tiras e ilustrações. Como foi pensar em histórias em quadrinhos relacionadas à memória e lembranças? O quanto de vocês encontramos nelas?
 

LUIZ: Não foi fácil. Eu comecei trabalhando na Mnemosine, misturando o conceito grego numa atmosfera pós-apocalíptica, bem ficção mesmo, e terminei com as tiras retratando a perda do meu pai durante o projeto. Então foi escalonando e virando uma coisa bem pessoal.
 

RAY: No início para mim foi um pouco difícil. Eu tinha uma história quase pronta que se encaixava no projeto mas de alguma forma sentia que ela não serviria pra coletânea. Nisso tentei fazer uma outra mas próxima de mim, foi quando surgiu Trauma, em partes ela conta com acontecimentos que marcaram a minha infância  e também uma forma de denunciar esses tipos de agressões que acontecem dentro do núcleo familiar.
 

Podem nos falar um pouco como foi o processo criativo de Memorabilia?
 

LUIZ: Foi bem orgânico e acho que funcionamos bem como dupla criativa. Há roteiros meus que a Ray desenhou e em nenhum deles precisei ser muito detalhista pois a conheço bem e já imaginava como ela resolveria certas coisas visualmente. No geral ele teve um começo complicado, mas depois que entendemos o que era o projeto e sobre o que ele falava, entramos em sintonia e ficou mais fácil.
 


 

Como surgiu seu interesse em histórias em quadrinhos? Quais considera suas principais inspirações na nona arte?
 

LUIZ: Eu comecei com os mangás. Mas fiquei interessado mesmo em fazer quadrinhos com as revistas sobre cultura pop, animes, séries etc. Vim do cartum e das tirinhas, então uma das minhas inspirações e, com toda certeza, uma das maiores artistas vivas nesse meio, é a Laerte. Mas sou apaixonado também pelos mestres do mangá como Toriyama, Otomo, Hayao Miyazaki etc.
 

RAY: Meu interesse surgiu por meio dos mangás quando ainda tinha 12/13 anos. Fiquei fascinada pelas histórias e as artes. Conforme fui crescendo e lendo outros quadrinhos minha vontade de fazer/ criar aumentaram ( na época já fazia algumas tirinhas esporádicas). Sigo buscando me aprimorar e ter novas experiências no universo dos quadrinhos. Muitas pessoas me inspiram, mas posso destacar atualmente os seguintes artistas: Zao Dao, Laura Athayde e Sarah Andersen.

 


#Quadrinhos   ; ;


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