La Petite Mort é um termo francês que se refere ao período que ocorre depois do orgasmo. Ele geralmente tem sido interpretado para descrever a perda da consciência ou desmaio pós-orgástico das pessoas em algumas experiências sexuais.
O termo aparece como título para o quadrinho de Caio Os. Lançado de forma independente, a HQ é descrita pelo quadrinista como uma história de “terror bíblico”. Para entender mais sobre, conversamos com o Caio, que contou ainda se está trabalhando em um novo projeto. Spoiler: SIM!
Como surgiu La Petite Mort?
La Petite Mort surgiu da vontade de fazer um quadrinho curto, ou até mesmo uma zine, de terror, que eu pudesse terminar rápido, a tempo de levar para os eventos, no caso, a feira OGRA. Sempre curti muito esse gênero que é o terror e, junto a isso, esse subgênero que eu chamo de “terror bíblico”, que usa elementos da fé cristã como parte do terror da história. Sendo assim, a partir do desejo de fazer uma história desse subgênero surgiu o La Petite Mort. Aquela história das formas reais dos anjos segundo a bíblia, que seria um ser quase que inimaginável e incompreensível, sempre me chamou muito atenção, então, no processo de escrever a história, achei que poderia usar isso como o “monstro” e assim foi surgindo o quadrinho.
Como foi o processo criativo do quadrinho?
o processo criativo foi, no geral, um caos! Meu tempo era curtíssimo, já tinha a história escrita e algumas páginas planejadas no caderninho que tinha feito meses antes, quando a ideia veio na cabeça e anotei algumas ideias pra não esquecer. Quando passei para a OGRA pensei que poderia usar essa ideia finalmente, porém, eu tinha um pouco mais de uma semana para fazer o quadrinho inteiro. Na primeira etapa, para agilizar o processo, montei as páginas no photoshop, com fotos e desenhos no digital para facilitar a minha vida depois, quando eu começasse a desenhar de fato. Imprimi todas as páginas que tinha feito no digital e coloquei na mesa de luz para, aí sim, começar a desenhar. O problema foi que tinha uma semana para desenhar o quadrinho inteiro, então aproveitei ao máximo quadros parecidos, desenhos que poderia re-aproveitar para dar tempo de terminar. No fim, mesmo com muito sofrimento, deu tudo certo.
Como está sendo a recepção do público quanto ao novo trabalho?
No geral, muito boa! E fico muito feliz com isso, pois foi um trabalho curto mas muito intenso. Então ver ele pronto e, junto a isso, a recepção positiva tanto pessoalmente, na feira, quando posteriormente, com as pessoas que compraram pelo instagram e etc, é muito gratificante!
O quadrinho está sendo lançado de forma independente. Para você, quais os maiores desafios desse tipo de publicação?
Para mim é o fato de você ser o único responsável por tudo! Durante o processo tive muito ajuda da minha namorada, que inclusive deu a ideia para o nome, com certeza o projeto não teria dado certo sem ela. Mas todas as etapas são por sua conta, desde o primeiro desenho, impressão que nesse caso foi toda feita em casa na madrugada antes do evento, a montagem, divulgação, o marketing, posteriormente o processo de separar, embalar e enviar para quem comprou pela internet, tudo isso deu e tem dado bastante trabalho. Isso que vendi poucas unidades, pois a tiragem foi bem limitada. Imagino em um projeto maior, com mais cópias feitas, o trabalho que não deve dar. Mas, apesar dos pesares, foi um processo muito enriquecedor e deu para aprender muita coisa, inclusive o fato de eu conseguir fazer um quadrinho de 10 páginas em uma semana hahaha
Você está atualmente trabalhando em um novo quadrinho? Você pode nos contar um pouco sobre?
Atualmente estou participando do projeto “Narrativas Periféricas 2022” pela Editora Mino, e ao final do projeto, iremos lançar um quadrinho novo. No momento não posso falar muito sobre pois estamos bem no começo do processo da edição dos quadrinhos, ainda tem muita coisa pra rolar. O que posso adiantar que vai ser o meu trabalho mais longo, com cerca de 40 páginas em preto e branco, e que vou fazer o meu melhor para entregar o melhor quadrinho possível, e espero que quem leia curta bastante!
LA PETITE RESENHA
No quadrinho “La Petite Mort”, Caio Os conduz os leitores em uma curta narrativa onde explora símbolos bíblicos. Em apenas 10 páginas, o quadrinho se desenvolve em uma crescente até o ápice ao qual o título faz menção. Mas, da mesma forma que tais símbolos são subvertidos em representações literais, o ápice de prazer têm uma releitura que beira ao horror cósmico, uma ascensão a um plano desconhecido, a pequenez em meio a uma força arrebatadora, em traços que refletem devoção e temor.
#Quadrinhos
Caio OS; La petite mort
