Entrevista: viagens no tempo e livros mágicos em “As vidas literárias de Atlas Lefrève”, de Dean C. Hunter

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A fantasia histórica “As vidas literárias de Atlas Lefrève”, livro de estreia do autor Dean C. Hunter, vem ganhando cada vez mais notoriedade. Desde a ilustração de capa de Edu Brasil, até a sinopse, o livro anda chamando atenção no meio literário ao misturar viagens no tempo, livros mágicos e uma biblioteca com estantes assombradas. 
 

Passada em Londres, no ano de 1964, a narrativa acompanha o escritor Atlas Lefrève, que não consegue lidar com a saudade do seu primeiro amor, o jovem filho de um marquês, Finnick Dermott, que morreu após uma tragédia sobre a superfície de um lago congelado meses antes. 
 

Lefrève então, durante o trabalho na biblioteca assombrada St. Edmunds, acaba encontrando um livro misterioso e dele conjura uma magia do tempo para ter Finnick novamente. Mas algo sai errado. 
 

Nunca pensei que fosse receber de volta tanto carinho e admiração dos leitores além do apoio incontável com um livro nacional em um país que “desvaloriza” a nossa literatura há anos. Geralmente os leitores têm o costume de consumir apenas livros estrangeiros, então é incrível que agora as pessoas estejam abrindo a mente quanto ao consumo de autores do próprio país”, comentou Dean C. Hunter em entrevista cedida ao Mais QI Nerds. No bate-papo, o autor revelou ainda as inspirações para a criação da obra e comentou sobre o mercado de livros independente. 
 


 

Confira: 

 

Como surgiu a ideia do livro? Conte um pouco como foi o processo criativo
 

Eu sempre fui apaixonado por história, guerras, viagens no tempo e vidas passadas. Quando tive a ideia de escrever um romance entre dois garotos no século 19, esses tópicos se encontraram e deram as mãos de alguma forma. A ideia do livro surgiu ao notar que eu poderia narrar vários romances e histórias em diferentes épocas da civilização humana, acompanhando dois garotinhos que são alma gêmea um do outro, porém se separam em todas as vidas e se reencontram na próxima reencarnação.
 

Foi uma linda oportunidade de mostrar às pessoas o quanto a homofobia foi responsável por acabar com a vida de algumas pessoas e como ela se mantém presente até mesmo nos dias atuais.
 

 O livro tem “viagens no tempo, livros mágicos e uma biblioteca com estantes assombradas”. Quais foram suas inspirações para criação da história?
 

Tenho diversas inspirações, mas não sei explicar o motivo para cada uma delas. A sociedade literária e a torta de casca de batatas, O pequeno príncipe, A vida invisível de Addie LaRue e o filme Questão de tempo certamente foram grandes responsáveis pela minha inspiração — sem contar a companhia de músicas instrumentais que me ajudaram a escrever o livro.
 

O romance foi publicado de forma independente e digital. Essa é sua segunda experiência assim, sendo a primeira com o conto “Nuances”. Como foi entrar no mercado independente? E quais pontos consegue destacar que acha essencial para tal?
 

Quando entrei para o mercado editorial com Nuances, certamente não sabia nada sobre vender um livro. E, mesmo acreditando que minha história era incrível para ser lida, isso não era o suficiente para convencer alguém a comprar o livro. Ele meio que foi um fracasso de vendas. Então, entender que o marketing do lançamento é muito importante foi uma lição incrível para eu fazer do meu conto um best-seller. Com o Atlas Lefrève a situação foi diferente e até mesmo contraditória porque eu basicamente não precisei investir sequer um centavo em marketing — desculpe-me pelas palavras, mas eu liguei o foda-se pra marketing. Eu apenas escrevi um tweet sobre o livro e ele fez muito sucesso graças a sua capa incrível. Foi uma bela jogada, eu diria, porque as pessoas nem sequer leram a sinopse e já adquiriram o e-book por estarem apaixonadas pela capa. Se tem uma coisa que aprendi foi que a capa seja talvez a parte mais importante do livro, se você quiser ser um sucesso de vendas com ele. 


#Livros   ; ;


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