“Teocrasília”, de Denis Mello, ganha nova edição pela Guará

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Num breve e distópico futuro o Brasil é governado pelo Divino Altar. Diante de um cenário repressor e violento, diferentes pessoas lidam de formas distintas com a situação. Essa é a premissa do quadrinho Teocrasília, de Denis Mello, que ganha uma nova edição pela Guará. 
 

Dividido em dois volumes, o quadrinho, que teve seu início em 2016, apresenta um cenário complexo e que em muito conversa com os tempos atuais do país.
 

“Anunciei o Teocrasília no início de 2016 e no final do ano já lancei um prólogo bem didático sobre como as coisas chegaram naquele estado teocrático que eu queria representar no quadrinho. Ou seja, foi uma produção contemporânea à destituição da Dilma e que traçou previsões a partir daquele marco inicial. As projeções sobre o  governo Temer eram bastante prováveis e já se debatia, mas eu tento ir pro absurdo de criar uma distopia e também acabo conversando com um Brasil que viria nos anos seguintes (com requintes de crueldade como o slogan do governo “Malenda” ser “Deus acima de tudo e todos”). Então apesar de ser um projeto que foi todo idealizado e escrito ainda em 2016 ele conversa cada vez mais com o cenário político atual, ou seja, acho que ganha cada vez mais relevância. E eu não acho isso necessariamente bom, já seria uma HQ muito interessante se mantivesse o caráter distópico pretendido desde o início, eu não queria soar como cronista da política brasileira. Teocrasília parecer uma crítica ao governo ao invés de uma distopia ficcional significa que a gente tá na merda, mas sei lá, eu nunca quis surfar uma onda, é mais como se eu estivesse nadando numa praia que tem placas de tubarão, ou seja, você sabe que existe a possibilidade, mas o oceano é tão grande, não é? De repente estão arrancando a sua perna.”, contou Denis Mello ao Mais QI Nerds. 
 


 

O quadrinista afirmou ainda que apesar de o mundo ter mudado bastante e ele ter passado por várias fases durante esses 6 anos, o quadrinho não mudou tanto. “Claro que amadurecer como pessoa vai naturalmente trazer mais camadas, diálogos mais arrojados e principalmente mais qualidade técnica, afinal passei por um período de reciclagem e aprendizado intenso em Angoulême, mas todos os acontecimentos e a essência estabelecidos em 2016 continuam ali. Achei interessante manter a integridade do que sempre pensei pra história para evitar que ela virasse simplesmente uma coleção de fatos e eventos atuais colocados em forma de HQ. Então eu evito ao máximo a contaminação pela distopia real e procuro me manter fiel à minha distopia que já tava muito bem estabelecida na minha cabeça, anotações e publicações entre 2016 e 2018”, disse
 

Teocrasília: O Fim Da Inocência” e “ Teocrasília: As Sombras Do Cárcere” já estão em pré-venda, com previsão de lançamento para novembro. 
 

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