Entrevista: Hipácia Caroline conta detalhes do mangá de terror “Rua 24”

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A mangaká Hipácia Caroline apresenta no mangá de terror Rua 24 a história de B, que vê pela janela uma garota subindo a ladeira de costas, com os pés para trás em uma rua numa cidadezinha do Japão. Isso é apenas o pontapé inicial para que coisas sobrenaturais comecem a acontecer enquanto ela espera o marido e o filho voltarem para casa.
 

O Mais QI Nerds conversou com a Hipácia, que revelou detalhes do processo de criação da obra e ainda falou sobre o cenário de mangás no Brasil. Confira: 
 

O que o leitor pode esperar de “Rua 24”?
 

Rua 24, assim como meu lançamento anterior (“MIIPO“), é uma história de sentimento. Acredito que gosto de manter meus roteiros realistas – mesmo no meio fantasia – e simples, mas com muito significado. É uma história de suspense, com minha parte preferida de explorar o que são os sentimentos humanos. Espero que todos que leram e vão ler ( se tudo der certo haha) se conectem com a personagem em algum momento ou que reflitam sobre o que ela sinta em cada página, onde tentei ao máximo expressar através do seu rosto os seus pensamentos.
 

Quais foram suas inspirações para criação da história? 
 

Tem como principal inspiração Junji Ito, claro, e a webtoon Distante Sky de Inwan Youn e Sunhee Kim. Onde o traço simples e hachurado são super aprofundados. Meu trabalho como artista passou por um remake antes de ser entregue, mas pretendo sempre seguir melhorando nos meus próximos trabalhos.
 

Conte um pouco sobre o processo criativo do quadrinho.
 

A história nasceu de uma conversa com uma amiga que também foi usada como base para criar a protagonista B. Ela realmente morou em uma rua chamada 24 no Japão em Tokyo.
 

Ela uma vez estava fumando na sacada quando viu uma figura estranha subindo a ladeira de costas, e me contou o quão sinistro havia sido. Aparentemente no Japão ( de acordo com o marido dela japonês) existe um senso de que possivelmente é melhor e mais fácil subir uma ladeira se for de costa.
 

Não sei se era essa a realidade, mas de imediato a história nasceu.
 

Algo que me alegra muito nas minhas produções e que meus personagens nascem e andam sozinhos enquanto rabiscos eles. Eu costumo criar histórias bases muito rápido, e depois meus filhos falam comigo em como eles vão seguir os seus caminhos por assim dizer. Para mim, é minha parte preferida a criação!
 

Como mangaká, como você avalia o cenário de mangás no Brasil?
 

Moro em Roraima, Boa Vista. Extremo norte do país, aqui o termo mangá ainda é muito novo, e por enquanto ainda sou a única que me intitulo “mangaká” entre meus parceiros quadrinistas.
 

Mas entre minhas próprias observações acredito que trabalhar com um mangá é só um diferencial para o que é normalmente visto no Brasil e principalmente na região norte. Nós temos que exaltar nossa arte e cultura, e é assim que somos vistos no exterior, como indígenas ( atualmente a nova mulher maravilha na Amazônia) ou o país do samba e futebol e favela. mesmo sendo super estereotipado, é comum. Porém, acredito que devemos trabalhar outras formas de enredo e arte para que não fiquemos trancados em uma só forma de se expressar. Em editais grandes, projetos e etc, podemos ficar fora do foco principal que normalmente é sempre realizar algo regional e etc, mas sigo firme na minha forma de expressar. 
 


#Quadrinhos   ; ; ;


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