Laura Athayde fala sobre “Aconteceu Comigo”, livro que reúne em quadrinhos relatos de mulheres anônimas

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Relatos de mulheres anônimas em histórias sobre dores, sofrimentos e superações. Tudo isso adaptado na linguagem de quadrinhos, com arte de Laura Athayde. “Aconteceu Comigo” aproxima o leitor das histórias de 70 mulheres, cujos relatos revelam sentimentos e vivências de forma aberta. 
 

Surgido como série no Instagram, “Aconteceu Comigo” agora conta com publicação impressa pela Balão Editorial. Para entender mais sobre o trabalho, batemos um papo com a quadrinista manauara, que revelou detalhes sobre seu processo criativo. 
 


 

Aconteceu Comigo surgiu como uma série no Instagram e agora está sendo publicada pela Balão Editorial em edição física. Primeiramente, como surgiu a ideia da série “Aconteceu Comigo”? E como foi reunir os relatos em um livro?
 

A ideia surgiu quando a minha irmã mais nova me contou sobre situações machistas que vinha enfrentando na faculdade e que a desanimavam bastante. O curso dela era Ciências da Computação e ela e as colegas frequentemente ouviam que ciências exatas não eram coisa de mulher. Pensando nas muitas garotas que deviam passar pela mesma coisa, eu transformei esse relato em uma HQ curtinha e postei nas no Facebook, pra que elas pudessem ler e saber que não estavam sozinhas. A partir daí, comecei a receber outros relatos por DM e, posteriormente, por um formulário anônimo, e a adaptar para os quadrinhos.
 

A ideia de transformar em livro surgiu como uma forma de escapar dos algoritmos das redes sociais, que acabam sumindo com muitos conteúdos. Em 2017, eu submeti o projeto do livro ao edital Rumos da Fundação Itaú Cultural e fui selecionada. A partir daí, dei seguimento à série e, quando concluí 70 histórias, publicamos o livro.
 

O livro conta com relatos de 70 mulheres anônimas, compartilhando dores e superação. Como foi realizado seu contato com essas histórias? Como elas chegaram até você?
 

A princípio, os relatos chegavam por DM nas minhas redes sociais. No entanto, o volume era muito grande e, pensando nisso e também nas mulheres que gostariam de compartilhar as suas histórias mas permanecer anônimas, abri um formulário do Google por onde passei a receber os relatos. Entre as DMs e os dois formulários que tive entre 2015 e 2019, não tenho certeza de quantas respostas recebi, mas foram centenas!
 

Como é o processo de adaptar tais histórias para a linguagem dos quadrinhos?
 

A minha abordagem para a série era a de tentar terminar as histórias com mensagens positivas e de encorajamento, então eu selecionei relatos que já tinham isso. Também procurei por histórias que fossem estruturadas com começo, meio e fim. É claro que, dependendo do tema, não existe final feliz, e eu tentei trazer isso pra série também. Mas, no geral, eu escolhi relatos que já parecessem uma história completa, pra que eu pudesse ser o mais fiel possível às palavras das autoras quando adaptasse para HQ.
 


#Quadrinhos   ;


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