Reflexões sobre a vida adulta no anime stop-motion Rilakkuma e Kaoru

Criada em 2019, a série de animação em stop-motion Rilakkuma e Kaoru foi a primeira no estilo anime produzida pela Netflix, em uma cooperação entre o Dwarf Studio e o San-X.

Com 13 episódios entre 11 e 14 minutos, a animação mostra a vida da jovem adulta Kaoru que divide seu pequeno apartamento em um prédio antigo com seus ursos Rilakkuma e Korilakkuma e seu pássaro Kiiroitoria.

Kaoru têm que lidar com acontecimentos diários da vida adulta como as constantes fofocas no trabalho, falta de dinheiro e relacionamentos pessoais, como quando sua amiga fica noiva e, quando ela mesma se apaixonada por um pretendente. Além disso, situações fora do comum como quando tem que lidar com o sequestro de seu urso, ou com o improvável e extremamente acelerado crescimento de cogumelos em seu apartamento.

Apesar dos amigos ursos serem bichos totalmente incomuns para se ter em casa, comer e dormir são suas principais características. Nada muito diferente dos animais domésticos que temos nas nossas. Mas além disso, vemos Rilakkuma e Korilakkuma, juntamente ao incansável passarinho Kiiroitoria e sua mania de limpeza, à sua maneira, tentando ajudar Kaoru de diversas formas. Por mais que na maioria das vezes não dê muito certo. 

Em meio a tantos pensamentos sobre a idade – Kaori já não é uma menina, mas também ainda não é casada, tem filhos ou uma situação estável como a sociedade impõe – algo muito significativo no anime é a reflexão sobre quando ficamos adultos e deixamos de acreditar no que parece irreal. E como essa posição de amadurecimento nos é imposta.

Tudo acontece ao passar da Primavera, Verão, Outono e Inverno no Japão, sempre significativo em meios aos festivais típicos das estações do ano. E com as passagens, as transformações tanto físicas como emocionais, que acontecem com Kaoru e seus amigos e  como elas são inevitáveis. Então não há nada melhor a fazer do que encarar da forma mais leve possível. Pois como diz a frase de um dos episódios: “É impossível as coisas ficarem iguais para sempre”.