Tudo é belo aos olhos de Barthô. Desde o nascimento ele tem como maior característica enxergar o mundo de forma singela, sem maldade. Nicola, um antigo amigo, tentará mostrar que nem tudo é um mar de rosas.
Essa é a premissa de Os Olhos de Barthô, novo quadrinho de Walmir Orlandeli, que topou uma entrevista exclusiva ao Mais QI Nerds.
Como surgiu Os Olhos de Barthô?
A ideia surgiu faz um bom tempo. Alguém que tivesse uma visão leve do mundo. Que enxergasse as coisas de forma subjetiva, sem maldade. Tudo é bonito aos olhos de Barthô. Mas o que faz algo ser bonito ou feio, bom ou mau? Partindo dessa premissa Barthô sai em busca de respostas sobre “como enxergar o mundo”.
Em O Sinal temos os vazios olhos de Afrânio. Em Daruma, os olhares expressivos do protagonista refletem suas motivações. Já pelos olhos de Barthô, tudo é bonito. Todos têm em comum salientar os olhos, o olhar. O destaque para este ponto específico dos personagens foi pensado?
Não tinha feito a relação. Mas faz sentido, tudo tem a ver com o olhar. O que a gente sente, medo, raiva, tristeza… Nada existe de fato, o que existe é a forma como você olha e se relaciona com determinado acontecimento. Afrânio (O Sinal) tem o olhar vazio, pois é assim que enxerga a própria existência desafortunada; Damião (Daruma) acaba externando aquilo que é interno. O olhar convicto, forte, persistente, pois tem uma desejo que queima dentro dele. Algo que precisa ser feito de forma incondicional.
E o Barthô é uma análise sobre as particularidades do olhar de cada um.
No fundo são histórias sobre entender melhor quem você é, e isso tem muito a ver como a forma que se enxerga o mundo.
Conte um pouco sobre suas referências e processo criativo para a HQ.
Minhas referências sempre são tudo aquilo que já absorvi. Filmes, quadrinhos, literatura, conversas… Tudo isso serve de bagagem para perguntas que, vez ou outra acabam aparecendo. Minhas HQs sempre partem de perguntas. Partindo disso, aí é encontrar o personagem certo para explorar o assunto e contar uma boa história.
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