“Onde existe luz não haverá Trevaz”: PJ Kaiowá apresenta a super-heroína LUME

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Para Ludmila Gonçalves, moradora da periferia carioca, lidar com as adversidades por frequentar uma escola de elite já é bem complicado. Mas não é nada comparada a mudança que sua vida sofre quando seus poderes eclodem ao se deparar com seres poderosos e perigosos chamados Trevaz.
 

Agora Mila, que tem a mesma origem dos Trevaz, vai lutar para manter seu lado humano e como LUME assume a missão de trazer luz onde a sociedade insiste em manter na escuridão.
 

Essa é a premissa de LUME, novo quadrinho de PJ Kaiowá, que assina capa, roteiro e desenhos. A equipe de criação é composta ainda de Natália Marques, Fabi Marques e Letícia Pusti nas cores, lettering de Alex Genaro e logo de Piero Lucchesi.


 

Para conhecer mais sobre a super heroína conversamos com PJ Kaiowá, que falou sobre o processo criativo e planos de continuação.

 

Como surgiu Lume?  

 

PJ Kaiowá: diria que veio num estalo enquanto estava trabalhando em um outro projeto meu, mas sabemos que isso não é tão simples assim. Acredito que ela veio de um conjunto de tudo que observo nos meus dias. na vida da minha filha e da minha esposa. nas notícias, matérias e tudo isso veio a tona num determinado momento. num estopim.
 

Como foi o processo criativo do quadrinho?   
 

PJ: como as ideias vieram de uma vez só, quase me derrubando da cadeira, o complicado foi decupar tudo isso. era muita cosia que queria falar e que sentia que precisava falar, então coloquei tudo no papel pra depois lapidar, aparar, tirar aquilo que eu achava bacana mas pra história mesmo seria irrelevante (difícil a beça) e definir números de páginas, que também é outro martilho pra mim e enfim, desenhar. o que não significa que esteja tudo alinhado, pois já mudei muita coisa do começo até aqui tendo que refazer páginas.
 

Em Carnívora você tinha uma comunidade do RJ como cenário, em Lume novamente a história se passa em uma comunidade. Como foi feita essa escolha de cenário e qual a importância dela na história? 

 

PJ: Ela veio de uma comunidade chamada Esperanza que sofre das mesmas dificuldades de tantas outras. Acho importantíssimo esse levante de identidade com a moçada periférica, personagens que eles olham e se identificam não só no visual, mas no dia a dia, na linguagem, dificuldades e tudo mais e o fato da LUME ser de uma comunidade, todas as suas decisões e atitudes advêm disso. Entendo que gêneros como super-heróis, fantasia ou ficção científica trazem princípios, ideias e reflexões que promovem debates que podem ajudar a dar aquela moral necessária, aquela auto confiança, pra conquistar o que tiver que ser conquistado além de levantar questões que precisam receber mais atenção e serem mudadas. –  “Se podemos imaginar que algo é possível e natural, podemos torná-lo possível e natural” [Conceição Evaristo]  – , mas pra isso acontecer, precisamos de identidade.
 

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Lume é uma história fechada ou tem planos para continuação?  

 

PJ: A primeira história será fechada mas temos (bons) planos rs

 

Qual a maior dificuldade de viver de quadrinhos no Brasil?

 

PJ: Acredito que seja o fato de insistirmos em manter os quadrinhos naquele lugar lúdico, cultural e não vê-lo como um negócio. Enxergar possibilidades nele assim como a papelaria vê quando te vende material, a gráfica vê quando imprime seu gibi, a internet (não, ela não publica seu gibi de graça), a editora, os eventos quando cobram mesa.. enfim, começarmos e entender que para o público é entretenimento mas para nós é possibilidade de sustento.

#Quadrinhos   ; ;


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