Entrevista: Bianca Pinheiro fala sobre “Bear” e suas inspirações

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Bianca Pinheiro ganhou reconhecimento pela internet com a Webcomic Bear e cada vez mais seus trabalhos conseguem destaque no mercado nacional. Além da publicação do segundo volume da HQ este ano, pela editora Nemo, a quadrinista lançará em novembro, na FIQ (Festival Internacional dos Quadrinhos), a HQ de terror “Meu pai é um homem da montanha”, juntamente com seu marido  Gregório Bert.

 

12088088_864740586954843_3995952127702540599_nNo ano que vem, as aventuras da garotinha Raven em busca dos pais e do urso rabugento Dimas que a ajuda, alçará voos internacionais, com o lançamento do primeiro volume pela editora francesa La Boite à Bulles.

 

Nascida no RJ e radicada em Curitiba, a quadrinista tem formação em Artes Gráficas e pós-graduação em Histórias em Quadrinhos. Em entrevista exclusiva ao Mais QI Nerds, além de dar detalhes quanto a criação e o que podemos esperar de Bear, falou um pouco sobre seus gostos em relação à quadrinhos e ainda sobre como observa atualmente o mercado de quadrinhos nacional.

 

Confira:

 

 

Mais QI Nerds – Como surgiu a ideia de ‘Bear’? Como foi a escolha de começar a publicar ‘Bear’ online?

 

Bianca Pinheiro – Bear surgiu da necessidade de me manter produzindo aliada à necessidade de contar uma história. Daí a ideia (foi meu marido quem deu, aliás), de fazer uma história seriada, contada na internet. Desse modo eu faria uma página por semana (pelo menos) e já receberia feedback imediato dos leitores.

 

Tendo decidido que eu faria uma webcomic, faltava a ideia.Decidi que os protagonistas seriam uma menina e um urso rabugento (porque ursos são demais!). depois decidi que eles estariam em busca de algo para poder iniciar uma jornada, de modo que eu pudesse alongar ou reduzir a história o quanto precisasse. Logo no primeiro esboço que fiz da Raven eu a coloquei perguntando se o Dimas tinha visto os pais dela. Daí a ideia: ela quer voltar pra casa. o resto foi fácil.

 

Como é o processo de criação tanto da webcomic, quanto dos livros?

 

De Bear, o processo é o mesmo. eu já sei o que tem que acontecer em cada capítulo e como cada capítulo tem que terminar. Com isso em mente, eu desenho no caderno o storyboard, que é onde eu decido como será cada página, as falas e como estarão os personagens. Todo o resto do processo é digital. Do esboço à cor final eu faço direto no Photoshop.

 

O que podemos esperar da jornada de Raven e o urso marrom/alaranjado, Dimas? Em quantos volumes a jornada deles se encerrará?

 

Bom, a aventura ainda está longe de terminar. o que posso garantir é que as coisas vão ficando menos alegres e mais sombrias (Risos).

 

Ainda não tenho certeza, mas quero que a série tenha ou 7 ou 10 volumes. Por enquanto estamos no segundo volume. Tem muita coisa pela frente!

 

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Quais são suas inspirações na hora de criar?

 

Atualmente minhas maiores inspirações são a Emily Carroll (quadrinista e ilustradora) e a Rebecca Sugar (criadora da incrível série Steven Universe). O trabalho delas vem me influenciando demais em tudo o que eu faço. Também sou apaixonada pelas ilustrações da Nuria Tamarit (ilustradora e quadrinista) e pelo trabalho de traço e quadrinização da Bianca Bagnarelli; as ilustrações incríveis da Mika Takahashi também são uma aventura à parte. É uma honra estar no mesmo projeto que ela em “A Samurai”. também gosto muito e piro loucamente no trabalho da Noelle Stevenson (quadrinista).

 

Também gosto muito do trabalho do Chris Ware, do LM Melite, da Laerte e do Rafa Coutinho, da siplicidade do Tom Gauld e da intensidade do Lourenço Mutarelli.

 

Além de produzir, você gosta muito de quadrinhos, quais são seus preferidos atualmente ?

 

Os quadrinhos da Emily Carroll, com certeza. e minha HQ favorita é Três Sombras, do Cyril Pedrosa.

 

Costuma acompanhar alguma webcomic? Qual?

 

Confesso que já acompanhei mais. hoje ando com o tempo muito corrido. As webcomics que me inspiraram a fazer uma também foram Nimona, da Noelle Stevenson, e Hemlock, da Jusceline Fenton.

 

O que acha sobre o mercado de quadrinhos nacionais atualmente? Percebe alguma mudança em relação a um tempo atrás?

 

Acho que está expandindo. especialmente agora que ler quadrinhos e ser “geek” (ou nerd, nunca sei) está tão em alta e virou uma coisa legal. Não é mais ridículo você sair com uma camiseta do Batman por aí, é até considerado descolado e bacana. E essas pessoas que vêm para o mundo dos quadrinhos pelos super-heróis (seja pelos filmes ou séries ou o que for) acabam tendo contato com os autores brasileiros e os independentes nos eventos e festivais de quadrinhos. e isso movimenta o nosso mercado. Este ano, em particular, com a tal da crise assustando todo mundo, as vendas têm caído. Mas aí não é um problema exclusivo do mercado de quadrinhos e sim do Brasil como um todo. De resto, estamos crescendo…


#Quadrinhos   ; ; ; ; ; ; ; ; ; ; ;


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