Entrevista: Eduardo Lages, Av. Paulista e ‘Querido Jaime’

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A iniciativa do escritor Eduardo Lages bem poderia dar um bom livro, daqueles que  ao final, você transporta algo das páginas para sua vida. Este ensinamento seria: “Não tenha medo de mudar”. Foi o que Lages aprendeu, quando, cansado da vida que levava, resolveu abandonar o emprego e ir para a Avenida Paulista  (SP) , nº 2000, vender seu livro, “Querido Jaime”, publicado de forma independente. Além de um contato direto com seus leitores, Lages vivenciou histórias interessantes, e até mesmo estranhas, conseguiu espaço no meio literário, com o auxílio das redes sociais e hoje, colhe os frutos de sua escolha.

 

Por conta de tudo que a transformação que sua vida teve trouxe para ele. Ele deixa sua escolha como exemplo: “Chamem a “responsa” no peito, e se possível, evitem o medo. Dá pra viver fora dos padrões, e se você está infeliz, tente mudar o cenário das coisas, trabalhando de forma apaixonada, a gente chega lá, pelos meios convencionais ou alternativos!”

 

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Mais QI Nerds – Quando surgiu a ideia do projeto?

 

Eduardo Lages – A ideia para o projeto de escrever e vender o livro na rua surgiu na minha cabeça observando os outros artistas de rua mesmo, que serviram de inspiração pra mim. Por mais que muitas pessoas façam chacota, os caras realmente vivem da arte deles, e me inspiraram a ter a idéia de levar a minha literatura pro mesmo caminho. Um cara que me deu apoio foi o Gabe Cielici, que é comediante e faz piadas na rua, além de ser um cara genial.

 

O momento em que eu decidi botar isso em prática foi quando eu não aguentava mais o meu emprego, e também sabia que dificilmente teria espaço nas editoras, por causa da imensa fila e concorrência. A resposta pra mim foi buscar um caminho alternativo.

 

O que essa mudança de rotina trouxe para você?

 

Trouxe de tudo! hahaha. Trouxe principalmente o benefício de ter o contato direto com os leitores, e vender meu peixe da melhor maneira que eu consigo, sendo gentil e tratando bem as pessoas.

 

Além disso está me abrindo portas, e agregando gente boa, que está disposta a me ajudar com a minha carreira.

 

Quem é o Querido Jaime?

 

Jaime é um homem solitário de 72 anos que se sente oprimido pelo vazio de sua casa. Infelizmente ele também não gosta muito de sair e ver o mundo. No dia em que é forçado a deixar seu lar, o inesperado acontece e o idoso é lançado em uma jornada de autoconhecimento onde o palco é a selvagem cidade de São Paulo.

 

Qual foi sua inspiração para escrever o livro?

 

Meu avô serviu de base para o personagem, mas também teve um monte de outras loucuras que surgiram na minha cabeça, o discurso geral do livro é mesmo a questão da solidão, do que acontece quando alguém termina a vida sozinho.

 

Qual a história mais interessante que ocorreu enquanto vendia os livros?

 

Tem várias! haha, a rua é o lugar mais louco que existe. Por falar em loucura, a quantidade de pessoas esquizofrênicas que vão lá, realmente é incrível, alguns me xingam, uma mulher jogou o livro na minha cabeça, já rolou de tudo!

 

Como tem sido a receptividade do público, tanto os que passam pela Av. Paulista quanto aqueles que o acompanham nas redes sociais?

 

A reação do público está sendo surpreendente pra mim! As pessoas estão interessadas, e me dão o feedback do que acharam do livro, isso é demais!

 

Além de Querido Jaime tem alguma outra obra publicada ou projetos futuros?

 

Estou escrevendo o próximo livro, que terá 5 vezes mais páginas que o Jaime, então é um projeto mais ambicioso, acho que em menos de 1 ano ele já estará impresso e rolando por ai, O nome provisório é “Brincando com Vultos”.

 

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