Café Espacial #18: Café com erotismo

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Eros, o mais conhecido dos filhos Erotes da Deusa Afrodite, era o deus do amor, mas ainda do desejo carnal. Não à toa temos em seu nome a origem do termo Erotismo. Ele era o propagador do impulso erótico, uma força intensa para a perpetuação da vida. Até mesmo de sua relação mais famosa, com Psiquê, os frutos são a personificação da volúpia e do prazer. 
 

No diálogo platônico O Banquete, por exemplo, a ideia do ser alado ganhou um amplo significado, sendo descrito como o responsável pelo amor romântico e corpóreo, mas ainda como a conexão transcendente, a busca da plenitude. Já para o crítico francês Alexandrin, (1989:8) em seu livro A história da literatura erótica, o conceito de erotismo “é tudo o que torna a carne desejável, tudo o que a mostra em seu brilho ou em seu desabrochar, tudo o que desperta uma impressão de saúde, de beleza, de jogo deleitável”. 
 

Apesar das reflexões e a busca pela definição de um conceito estabelecido sobre o termo erotismo, todos os textos deixam ainda mais claro a pluralidade e instabilidade dele. Agregando múltiplas definições ao longo da história e sendo passível de observação principalmente por conta de suas manifestações na arte. 
 

Na 18ª edição da Revista Café Espacial, cujo tema escolhido foi o erotismo, encontramos diversas dessas facetas e caminhos do ser erótico atráves de expressões artísticas, tanto pelas palavras quanto pelas imagens. Seja na relação da palavra com o sexo, como em O que eu gosto, seja nas experimentações de O Novo Prometeu, ou ainda na sutileza do prazer em Que Seja Doce. 
 

A manifestação erótica através da arte é a essência de dois textos da edição. Em Erotismo em Quadrinhos, a professora e tradutora Maria Clara Carneiro acentua o caráter transgressor das artes visuais – e do erotismo – remontando a origem da nona arte. Já em Do Beijo ao Sexo Explícito, Aristeu Araújo explora a relação do cinema com o erotismo desde seus primórdios. O cineasta e jornalista expõe ainda como isso ocorreu no Brasil, e as “sacanagens” da Pornochanchada. 
 

As histórias em quadrinhos presentes, além das já mencionadas, se destacam não somente pelas explorações sobre o tema, como ainda na diversidade das narrativas. A revista possui ainda 4 contos que conduzem desejos em palavras e pontos de vista.
 

Tendo lançamento em um período pandêmico, onde a forma de se relacionar sofreu alterações limitantes, a Café Espacial traz desejos, dos mais profundos aos mais ordinários. 
 

Referências:
 

MARINHO, Marcelo. MELOTTO, Thalita. Arte, Erotismo e representação do universo: da pintura rupestre a Manoel de Barros. Manuel de Barros: O Brejo e Sulfejo (27-38), 2009.

 

PLATÃO. 1987. O Banquete. São Paulo: Nova Cultural. 

 

ALEXANDRIAN. 1994. História da literatura erótica. Rio de Janeiro: Rocco. 
 


ZUCCI, Vanessa. Do prazer do texto ao prazer da crítica. Revista Investigações - Linguística e Teoria Literária. Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de Pernambuco. v. 27, n. 1 . 2014. 

#Quadrinhos   ; ;


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