“12 Chamadas Perdidas”: Romance moderno com toque de conto de fadas

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Um baile, uma fuga à meia-noite, uma parte da vestimenta deixada para trás. Se essa história lhe parece familiar, já deve adivinhar qual a inspiração para 12 Chamadas Perdidas, obra de Bea Goés Cruz. Mas nessa trama o baile é de Halloween, a fuga é por uma emergência, a vestimenta trata-se da parte de uma fantasia e o principal, o fugitivo é um “Cinderelo”. 
 

A trama utiliza elementos da história original reinterpretando-os em uma moderna história de amor, cujo protagonista, Eliseu, é um estudante tendo de lidar com as implicações de uma vida turbulenta. Não apenas as dificuldades da idade, como o temido e aguardado vestibular se aproximando, como ainda a rotina massacrante de uma família disfuncional. 
 

Nessa releitura, o papel da madrasta má assume também o gênero masculino. Eliseu, ao mesmo tempo que administra a casa em uma rotina opressora, cuidando de dois irmãos menores e uma mãe à beira do colapso, tem de lidar com o temperamento instável e violento do padrasto. 
 

Em meio a tudo isso, um amor não parece se encaixar em sua vida, mesmo nutrindo há anos uma paixão platônica por um rapaz de seu colégio. Mas depois de uma noite mágica – e com um toque da divertida “fada madrinha” – Eliseu terá de se livrar da prisão invisível que sua vida se tornou e ter coragem para enfrentar o que vier pela frente, sejam os fofos e intensos sentimentos do despertar de um amor, ou a rotina de violência em casa. 
 

A construção dos personagens tem a sexualidade como elemento importante – com representação gay, bi e ace –  mas não busca ali a definição do que eles são. Conhecemos cada um pela suas maneiras de pensar, suas ações, qualidades e defeitos. E até mesmo os gostos, em diversas referências da cultura pop atual. 
 

Bea evidencia diversos pontos interessantes desse universo –  cenário amplo e próprio da coleção Abraqueerdabra, criada pela Associação Boreal, e do qual a obra faz parte – A escritora os apresenta de forma orgânica, ao passo que conhecemos mais os personagens. E com isso, consegue não apenas contextualizar, como ainda despertar interesse pelas outras histórias da coleção. 


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