Licantropia em meio a uma cruel realidade em Lobo de Rua, de Jana Bianchi

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A fantasia urbana Lobo de Rua, da escritora Jana Bianchi, apresenta uma mostra de todo a mitologia da série A Galeria Creta, servindo de introdução para personagens promissores e de perfeito chamariz para atrair o leitor à busca por mais histórias.

 

Assim como o título revela, a narrativa acompanha um morador de rua que, além de lidar com toda a insegurança e falta de perspectiva da forma que vive, acaba contraindo a maldição da licantropia se tornando um verdadeiro lobo de rua.

 

Toda a descoberta de sua nova condição é auxiliada por Tito, um lobisomem mais experiente que encontra Raul e o ensina sobre a maldição. Ele aparece como uma figura terna e paternal em meio a todo o caos que a vida do jovem se transformou. Dando relatos de suas experiências e explicando ao recém transformado detalhes da licantropia, como a forma de contágio e o que ocorre durante a transformação, conseguimos ainda detalhes que para a narrativa não possui muita importância ao momento, mas parecem fundamentais para o começo de um maior entendimento do universo, como menção a outras criaturas que não aparecem na história.

 

A cada começo de capítulo, trechos de um livro com conhecimentos sobre licantropia, peça integrante da trama, esclarece alguns pontos, que a narrativa reforça e aproxima em descrições tensas e detalhadas sobre as transformações físicas que Raul passa, e angustiantes ao passo que temos acesso à pensamentos tão perturbadores que o jovem tem de lidar, tando pela já sofrida vida como ainda pela descoberta da licantropia. 

 

O cenário da história é São Paulo. A grande metrópole, ao contrário do que pode apontar uma primeira impressão, aparece como o lugar perfeito para o aparecimento de criaturas sobrenaturais. A pergunta vai de “Como elas passariam despercebidas em grandes metrópoles?” para “Quem lhes daria atenção em meio a tantas pessoas?”. Jana utiliza de lugares conhecidos para dar veracidade e ao mesmo tempo é instigante imaginar que situações assim podem estar acontecendo bem próximos a nós.

 

Na metade do livro, uma história paralela acontece, onde novos personagens são introduzidos e novos questionamentos aparecem, tal como uma introdução par uma nova – e aguardada – história. 

 

A escrita de Jana é envolvente e, apesar de conter poucas páginas, em Lobo de Rua, consegue dar personalidade aos personagens apresentados, dando-lhes características marcantes que facilmente são associadas pelo leitor. Assim, além de despertar empatia pelos protagonistas, atiça a curiosidade pelo destino dos demais. E a ela nos agarramos para esperar por mais obras nesse universo. 

 


 

Jana Bianchi é engenheira, escritora, viajante, editora-chefe da Revista Mafagafo, hostess dos podcasts Curta Ficção e Desafio Ex Machina, colaboradora do jornal satírico Tempos Fantásticos e passeadora de lobisomens. Além de Lobo de Rua, ela assina a noveleta Sombras.

 

 
 
 
 
 
 


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