Horror mórbido na coletânea em quadrinhos “Delirium Tremens de Edgar Allan Poe”

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delirium tremens
/delirĭum tremens/
 
 
locução substantivo
PSIQUIATRIA
  1. quadro patológico que surge após um longo tempo de consumo excessivo de álcool etílico; delírio alcoólico.
 

 

Delirium Tremens de Edgar Allan Poe, coletânea de histórias em quadrinhos publicada pela Editora Draco, conta com um time incrível de artistas que exploram as facetas e principalmente a atmosfera presente nas histórias do escritor e poeta estadunidense.
 

A coletânea, publicada em 2018 em celebração aos 210 anos de Edgar Allan Poe, reúne 8 histórias, cada uma com roteirista e artista diferente, que refletem o mórbido, o macabro e a melancolia característicos do autor obcecado pela morte – em obra e vida – , em narrativas contemporâneas.

 


Organizada por Raphael Fernandes, que também assina o roteiro de uma das histórias, na coletânea, cada narrativa desperta a essência de Poe, facilmente reconhecida pelos apreciadores do autor. Contudo, mesmo os que não o conheçam, podem “desfrutar” de narrativas que mais que aterrorizar, provocam asco, arrepios ou desconforto.

 


Smiley Away:
Acompanhando a vida de Eduardo, cuja obsessão por dentes vem desde a infância, o roteiro de Dana Guedes nos imerge a um pesadelo tripofóbico, onde delírios esquizofrênicos conduzem a narrativa angustiante até o seu chocante final. As artes de Erick Pasqua, desde sua página inicial, já se destacam pela expressividade, movimentos e… dentes.

 


Fortuna Tóxica: Murilo Zibetti consegue em poucas páginas apresentar todo o cenário da narrativa, que por si só é macabra, salientando os dois lados de uma mesma história. Auxiliado pela arte de Eder Santos – cujo destaque é centrado nos personagens – , que assim como um microscópio vai aproximando de macro para micro o foco. Eder utiliza de uma engenhosa divisão de página, que ao mesmo tempo distingue e compara perspectivas, até que as linhas narrativas se encontram num sinistro confronto.

 

  


A Queda do Gene de Usher: Ao início da narrativa já é claro, tem algo estranho no ar. Com um clima um tanto fantasmagórico – até mesmo mencionado em quadro – Antonio Tadeu conduz a narrativa que se vale do conceito de lugar afastado de tudo e o questionamento de até onde vão os limites éticos de descobertas para despertar a curiosidade do leitor. Ionnes Fiore apresenta personagens expressivos e realistas em uma arte estonteante, o que torna tudo mais suntuoso e sinistro. 


 

In Articulo Mortis: Quando eu colocar o dedo na sua testa, você vai abrir os olhos para uma angustiante história de obsessão e aprisionamento. 3,2,1.. Larissa Palmieri conduz o leitor em uma história que a cada página a tensão aumenta, daquelas que surpreendem ao lidar com as emoções humanas, com um toque sobrenatural. O que você faria por quem diz amar? Quais os limites para conseguir quem você quer por perto? A arte de Má Matiazi é a responsável por dar vida à narrativa. Além da expressividade dos personagens, o grande destaque são três quadros cujo o foco são os olhos da protagonista, é como acompanhar por eles todo o desenrolar da história. 

 

  


Santo Sepúlcro: Airton Marinho nos apresenta uma investigação policial passada em um convento. Misteriosas mortes, uma investigadora e uma freira tentando solucionar o caso, e outras freiras que parecem esconder segredos. Com arte dinâmica, LuCas Chewie se vale de poses e enquadramentos, que juntamente aos diálogos de Marinho, lembram seriados antigos de investigação. 

 


O insólito caso de vossa excelência deputado Mendes: Perturbador. Esse é o melhor adjetivo para descrever a narrativa assinada por Gabriel Correia. Ao tentar lembrar de tudo o que aconteceu até chegar ao seu estado atual, o protagonista está em um estado catatônico imerso em sua própria podridão. A arte de Ebá Lima é pesada e forte, com detalhes que despertam a atenção, e detalhes que despertam repulsa. 

 


Murder: Na narrativa de Alexey Dodsworth – dinâmica  e cheia de reviravoltas – conhecemos duas irmãs bem diferentes em meio a uma misteriosa investigação. Ao passo que novas pistas vão aparecendo, mais conhecemos o passado das duas, e mais envolvido o leitor fica com a trama. A arte de Flávio L. Maravilha, que preenche os quadros com hachuras, apresenta em meio a delírios satânicos representações gráficas e fortes de mortes aterrorizantes. 


 

Butim: Qual pesadelo é mais assutador do que estar preso em um corpo já morto, mas cuja consciência permanece? Raphael Fernandes, juntamente à arte de Tiago Palma, dá uma visão afligente ao leitor, o do protagonista. E é nela, que toda a narrativa se desenrola e podemos, juntamente ao personagem, ter a percepção de tudo que ocorre ao seu redor, as consequências e reações à sua morte, e quem sabe também até mesmo a causa dela?

 
 

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