Resenha: “Alys – Elemento Ômega”, de Priscila Gonçalves

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Os acontecimentos da primeira lua trouxeram novas transformações ao mundo, e também novos perigos. Os humanos agora têm acesso a sua magia, mas a ignorância sobre a própria condição gera temor e desconfiança.
 

Alys, em meio a tantas responsabilidades adquiridas por conta de seu papel de Elemental, se encontra ainda mais sozinha, agora que não tem ao lado o implicante guardião. Em meio a ataques à crianças, caos no conselho, investigações e treinamentos, ela precisa estar pronta para a segunda lua, uma tarefa cada vez mais difícil.
 


 

O segundo volume da trilogia Alys, da escritora Priscila Gonçalves, inicia de uma forma diferente ao primeiro. Ao passo que um não dá brechas para maiores explicações em meio a tanta ação, o segundo começa a preencher as diversas lacunas que existem no desconhecimento da protagonista sobre várias coisas que a rodeiam.
 

Jogada em meio a um turbilhão de acontecimentos, Alys percebe que segredos continuam velando parte de sua história e as consequências de sua recém descoberta linhagem podem interferir na sua missão.
 

Apesar disso, é perceptível o amadurecimento da personagem, que, mesmo sem perder o jeito desajeitado e sem filtro, começa a ter consciência que não apenas a luta importa. Quando questões políticas surgem ao mesmo tempo que um grupo paramilitar recebe apoio de conselheiros, que demandam leis mais rígidas no trato a seres não humanos e agem de forma extremista.
 

Narrado em primeira pessoa, acompanhamos de perto as incertezas de Alys, quando nem mesmo as motivações do Zmora estão claras. Estando boa parte de sua vida reclusa em uma bolha que o pai criou, Alys agora próxima ao seu povo e sua origem, passa a conhecer mais e perceber melhor o mundo.
 

Além de sua missão, ela tem de lidar com um sistema político corruptível e frágil e ainda passa a ter um maior esclarecimento quanto a seu papel na sociedade. Tendo uma grande parcela de responsabilidades nas costas, algo que acaba pesando em situações onde suas ações interferem e podem definir vida ou morte das pessoas a sua volta.
 

Passado em um futuro não muito distante, com essa aproximação da protagonista foi possível também entender melhor as transformações ocorridas. Passagens breves salientam comparações.
 


 

Com personagens bem definidos, Priscila se vale da empatia dos leitores para dar o tom crucial da obra, as pessoas importam, e é por elas que Alys encontra motivação para continuar. Apesar de ficar claro que os sacrifícios por parte da protagonista são enormes, é evidente o quanto as pessoas também buscam lutar por sua existência e por aqueles que amam.
 

Priscila Gonçalves apresenta uma narrativa objetiva que faz com que o livro de pouco mais de 200 páginas traga um grande passo na história, evidenciando sempre o quanto de coragem é preciso para se lutar pelo que se quer, e mais coragem ainda para lutar pelo que se deve.

E que venha a batalha final!


Priscila Gonçalves é advogada formada pela FDSM e booktuber do Canal LivroNíacos. A paixão pelos livros começou na adolescência, quando ela descobriu que toda sua imaginação fértil abriria novos mundos.

Embora só tenha voltado a escrever muitos anos depois, sempre criou suas maluquices particulares. O marido que sempre à flagra falando sozinha, que o diga… Ser escritora, no entanto, surgiu graças a uma força tarefa criada por amigos que viram o que ela nunca viu. De lá para cá ela se divide, entre o mundo que deseja, os mundos que apresenta em seu canal, e os seus próprios mundos que escreve. E não se imagina fazendo outra coisa.

 




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