Resenha: Blackwater, de Gabrielle M. F. de Souza

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Piratas sempre apareceram no imaginário popular e na história. Desde a definição do termo, com significado próximo a “assaltar”, a maioria das características a eles associadas rodeiam seu papel marginal e suas narrativas empolgantes.
 

Capitão Gancho? Jack Sparrow? Barba Negra? Todos esses nomes vêem facilmente à mente quando falamos sobre pirataria. Raramente, apesar de haver grandes histórias, mulheres piratas entram em discussão.  O livro Blackwater, de Gabrielle M. F. de Souza, não apenas tem como protagonista uma capitã de um navio pirata, como ainda uma tripulação inteiramente feminina.
 

Em meio a batalhas e desafios do mar, Jacqueline Blackwater comanda o Cursed Mermaid a mãos de ferro sendo uma de suas regras a proibição de homens à bordo. Após salvar um náufrago, e sendo convencida a deixá-lo vivo, sempre em busca de uma boa recompensa, ela se vê obrigada a conviver com Adrian. Ao buscar mais sobre o passado do homem, descobre um surpreendente segredo sobre ele.
 


 

Com narração em primeira pessoa, acompanhamos a vida no mar de Jacqueline, tendo consciência de seus sentimentos e motivações. Apesar de conter diversas cenas de ação que, com perspectiva limitada, acabam por ser apresentas em pequenos recortes, é perceptível que a intenção é destacar o intrínseco, o que está dentro da mente da protagonista. Outro indicativo disso, é que há revezamento de pontos de vista, onde Adrian assume a narração, que também ocorre em primeira pessoa.
 

Sempre determinada e emponderada, Jacqueline vive em um dilema pessoal entre o amor e a vida da pirataria,  o que sempre associa como coisas opostas. Ao ter seu estilo de vida estremecido com a chegada de Adrian, e ao passo que o relacionamento dos dois vai se desenvolvendo – em uma relação oscilante de gato e rato – , ela tem de reavaliar se sentimentos são realmente sinal de fraqueza, e o quanto é preciso coragem para buscar a felicidade, o amor e o prazer.
 

A escrita de Gabrielle M. F. de Souza é descritiva e apresenta cenas facilmente imagináveis, guiadas pela memória visual que o tema desperta. A autora molda personagens bem construídos, principalmente em relação às mulheres, cujo desenvolvimento se vale em mais do que relacionamentos amorosos.
 

Dentre as que fazem parte da tripulação, que em nada foge do esperado de piratas – destemidas, vorazes e a espera da próxima pilhagem – algumas se destacam. É o caso de Beatrice, imediata do navio e grande amiga da protagonista, cujas curtas menções ao seu passado já despertam a curiosidade para conhecer mais sobre a personagem.
 

Com mulheres fortes e grandes cenas de ação, Gabrielle apresenta um romance empolgante.
 


Gabrielle Souza é advogada formada, apaixonada por vídeos de cachorros, livros de fantasia e línguas (atualmente ela fala inglês e francês, bem como arrisca um italiano e japonês).

Blackwater é seu primeiro romance publicado.


#Livro   ;


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