A imortalidade. Busca incessante de alguns, castigo para outros. Essa condição sempre foi muito explorada na cultura pop. De forma profunda ou superficial, as agruras e deleites de nunca morrer serviram e servem como plano de fundo de histórias de diferentes estilos.
Em Never Die Club também temos essas figuras peculiares, os imortais. Em um cenário com muito suspense e ação.
A HQ, com roteiro esplêndido de Marcello Fontana, nos apresenta personagens de uma história que começou a muito tempo. Uma guerra, que se acoberta pelas sombras, está sendo travada há séculos. De um lado, temos os imortais, com suas variadas motivações e atitudes, e do outro, herdeiros de uma ordem medieval, secreta, que luta pelo fim deles.
Os traços de Thony Silas, assim como a edição, remetem aos quadrinhos americanos. A cada página, somos inundados de novas informações, em cenas que parecem pular do papel. Todos os movimentos, não somente os mais enérgicos, apresentam densidade. A arte, aliada ao dinamismo do roteiro, faz com que a leitura seja fluida. Contudo, como os acontecimentos não apresentam pausas, e a utilização de flashbacks é constante, adicionando sempre informações no meio de outro evento como forma de conceder um maior esclarecimento, é necessária atenção. Datas e mudanças de cores servem como indicação também para essas sequências.
Neste primeiro volume, dois dos imortais aparecem em destaque. Venus, que apenas quer viver a imortalidade ao lado de seu grande amor, e Tristan, cujas atitudes são ainda incógnitas. Entre muitas cenas de ação, algumas revelações são feitas nos dando uma breve explicação da forma dos imortais viverem e o por quê de estarem atrás deles.
Além da história, a obra apresenta ainda o making off da criação da HQ, galeria com artistas convidados, dois epílogos com cenas curtas, posfácio de Lillo Parra e o capítulo 1.5, onde aparecem outros personagens em uma história paralela ao do capítulo um, como uma forma de antencipação do segundo volume.
Entre vinganças e traições, amores e reviravoltas, Never Die Club inicia de forma firme e admirável.
#Quadrinhos
HQ; Marcello Fontana; Never Die Club; Thony Silas
