Resenha “Adelphos – A Revelação”, de M. Pattal

Criado por -

Sinopse: Enzo, Mila e Dan são três adolescentes com deficiência que acreditam ser possível competir em iguais condições com os demais Atletas Olímpicos. Enzo é surdo e treina na modalidade Tiro com Arco. Mila tem glaucoma de nascença e treina na Ginástica Artística, enquanto Dan usa uma prótese na perna esquerda para treinar no Atletismo.

De uma forma inesperada, após o contato com uma luz misteriosa, eles são transportados para um mundo fantástico chamado Oykos, parcialmente dominado pelo Dragão Ponéros.

Enquanto tentam encontrar as respostas e o caminho de volta para casa, eles precisarão enfrentar os perigos que surgem durante a jornada. Seres das trevas, chamados Éktros tentarão impedi-los de chegarem ao único local capaz de fornecer as respostas que precisam: a Terra de Adelphia.

Em Oykos os preparativos para os Jogos da Liberdade estão a todo vapor. Apesar do nome positivo, os Jogos são mortais e o seu resultado pode alterar o destino de todos os habitantes daquele mundo. Enquanto isso, os rumores de que um evento chamado “A Revelação” estaria prestes a acontecer e acabar com o domínio do dragão, tornam o cotidiano dos Oykanos tenso, gerando grande instabilidade entre as Terras.

Adelphos é uma saga de tirar o fôlego, repleta de aventuras, surpresas, reviravoltas e mistérios que prendem o leitor da primeira à última página, ao mesmo tempo em que o leva a refletir sobre dilemas e conflitos do mundo real.

 

Início de uma grande jornada

 

M. Pattal nos apresenta em Adelphos – A Revelação, a construção de um mundo pensado nos mínimos detalhes.

 

Com narração em terceira pessoa, a história se reveza entre diversas perspectivas, tendo na alternância de cenas, auxílio de capítulos curtos. As trajetórias dos protagonistas e ainda os passos dos vilões se desenrolam simultaneamente e são acompanhados pelos leitores.

 

Os personagens principais compartilham protagonismo com os secundários. Ao meio da trama fica claro que os acompanhantes de Enzo, Mila e Dan em sua jornada não são meros figurantes, a importância deles e seu desenvolvimento na trama é significativa.

 

A construção dos personagens é bem realizada, sendo eles extremamente humanos. Não apenas são corajosos e bons. Acompanhamos ainda momentos de falta de fé, de egoísmo, de impulsos vingativos e de atitudes motivadas por teimosia, mágoa ou raiva. O que é totalmente compreensível , estando eles cercados de um perigo iminente e tendo de lutar pela própria vida e de seus amigos.

 

As deficiências dos protagonistas servem como pontos de reflexão. Há o questionamento sobre como lidar com as limitações e os desafios impostos. Cada um dos personagens, não apenas os principais, possuem características que em alguns momentos se mostram como vantagem e em outras como desvantagem, e está na compreensão disso e na cooperação coletiva um desafio e uma oportunidade de vencerem. Como os protagonistas desde sempre tem de lidar com essas limitações, são exemplos de como se adaptar e superar as expectativas.

 

O maior vilão da história, apesar de pudermos mencionar alguns nomes, é na verdade o sistema. A forma como o povo de Oykos vive é a principal batalha a ser enfrentada. Pois, com o mal no poder, as regras sociais dominantes são para fortalecimento exclusivo de tiranos e criminosos. Os jogos da Liberdade nada mais são do que uma forma de manipulação popular, incitando o medo ao troco de uma falsa esperança e frágil recompensa.

 

Outro ponto interessante é a importância da comoção popular. A escolha do povo é a maior arma que ambos os lados podem conseguir. Por isso, muito além de batalhas e armas, os adelphos tem que fazer um valioso trabalho para despertar a fé e esperança das pessoas, de uma mudança, de uma vida melhor.

 

 

O desenvolvimento do livro é dinâmico.  O autor não posterga situações importantes, como é comum a um livro anunciado como apenas o primeiro de uma saga, e isso faz com que a todo momento novas e excitantes cenas aconteçam. A Revelação serve como um primeiro arco da saga, que apresenta começo, meio e fim, mas que também é apenas o inicio de algo bem maior.

 

Há necessidade de um apêndice, com guia de personagens, locais e termos. São muitos personagens, muitos lugares e muitas especificações importantes que valeriam de nota para que os leitores pudessem pesquisar no decorrer da leitura, para consultar e relembrar se a memória falhar de alguma forma. Por exemplo, a cada lugar que chegam, o povo possui características próprias, assim como a economia, as funções realizadas por eles e lemas que resumidamente descrevem a maior particularidade daquelas pessoas. São muitas informações e esse tipo de material seria de grande valia.

Adelphos – A Revelação é uma fantasia reflexiva e empolgante, que entrega o começo de uma aventura poderosa.

 

———————————————————————————————————————————————————

Apaixonado por Literatura desde os 9 anos de idade, quando leu seu primeiro livro, M. Pattal teve dois Romances publicados pela Série Promessas (A Promessa e O Passo) e costuma dialogar em suas obras, através de uma linguagem simples, temas do cotidiano juvenil. Casado com Sandra e pai de Helena, o autor mora em São José dos Campos – SP. Adelphos é seu primeiro livro de Fantasia.

 

 

 

 

 


#Livro   ; ; ;


Quer fazer parte da equipe?

Acesse a página Colabore e saiba como. Esperamos você!