Criado por Francylene Silva - 3 de agosto de 2017 às 19:59
Apesar de desolado com a partida de sua amada amiga Lívia G
. para tentar realizar o sonho de se tornar uma modelo internacional na França, Alejandro Vidal Braga seguiu em frente e tornou-se um rapaz ambicioso, totalmente movido pela ganância, embora dono de uma personalidade dúbia que o deixa em xeque. Mas, o retorno de assuntos do passado promete fazer com que Alejandro tenha que adotar novas posturas de atitude e comportamento ao ponto de tornar-se irreconhecível aos olhos dos próprios pais em busca de aceitação e identidade própria.
Eveline é uma jovem bonita, charmosa e atraente que guarda muitos segredos de um passado nebuloso e sombrio. Ainda que seus motivos sejam desconhecidos, a garota misteriosa parece estar determinada a terminar de destilar seu plano de vingança contra o homem que lhe fez sofrer. Eveline tem contas para acertar e ninguém poderá ficar em seu caminho.
Ácido e Doce – A Rosa Fatal é o segundo livro do escritor Raphael Miguel. Publicado pela Editora Xeque-Matte, o livro foi lançado em 2017. A complexidade da obra será destrinchada em dois tópicos, assim como o título, estaremos falando sobre o Ácido e o Doce do livro:
Engana-se quem acreditar que ácido é a parte “ruim”, onde serão apresentados os defeitos do livro. Está exatamente no Ácido a parte mais interessante.
Personagens complexos
Ao contrário de sua estreia literária, O livro do Destino, onde ele apresentou uma obra pouco gananciosa, com tanto roteiro quanto personagens sem muita profundidade. Em Ácido e Doce, Raphael Miguel mostra que sabe lidar com personagens envolventes, complexos e ambíguos. As motivações dos personagens, aparentemente contraditórios e multifacetados, são uns dos pontos mais enigmáticos da trama.
Alejandro conta com uma personalidade pacata, contudo, sua noção de justiça e ainda mais, seu senso de moral e ética deturpado fazem com que o personagem seja imprevisível. Já Eveline, apesar da forma como ela deixa transparecer sua imagem, de uma femme fatale, independente e libidinosa, tem seus momentos de reflexão e fraqueza.
Algumas das cenas, passagens pouco relevantes para o andamento da trama, são apresentadas na obra exatamente para acentuar a personalidade dos personagens, para fazer o leitor entender como a mente deles funciona. E isso é essencial para a obra.
Trama intrigante
A construção dos clímax e a forma como o livro se reveza entre a perspectiva dos dois protagonistas desenha uma narrativa tão envolvente, do tipo que torna o leitor sedento por mais, e que a cada capítulo surpreende.
A trama apresenta uma crescente, interrompida por alguns anticlímax, utilizados para “brincar” com o leitor. Ela se revela aos poucos, tendo várias subtramas paralelas com ligação a principal. Misteriosa, a história tem uma plot promissora e interessante e ao final do livro, deixa o leitor ansioso do que virá a seguir. (Sim, Raphael Miguel, CONTINUA!).
Cenas eróticas
O livro apresenta diversas cenas de sexos ou insinuação sexual que valeriam nota antes do começo da história. A surpresa pode desagradar aqueles que não curtem muito cenas bem picantes e provocantes. Contudo, o retrato da luxúria dos personagens diz muito sobre eles. A forma distinta como ambos os personagens lidam com o sexo e ainda as experiências que tiveram nessa área é importante quando pensamos que nestas horas, tanto Eveline quanto Alejandro são mostrados em seu momento mais libertador, e muitas das vezes, bestial.
Leitura dinâmica
Apesar de ter algumas passagens mais lentas, como dito anteriormente, principalmente para construção da personalidade dos personagens, a obra apresenta um bom ritmo e desenvolvimento. Isso se dá também, aos capítulos serem curtos fazendo com que a transição entre a narração de Eveline e Alejandro não comprometa o ritmo de cada linha narrativa da história.
Outro recurso utilizado foi o uso de flashbacks. É por meio dessa técnica narrativa que a trama vai se revelando, aos poucos. A utilização de flashbacks na história foi crucial para proporcionar o suspense que permeia as páginas e diminuir a necessidade de diálogos extensos.
A escrita de Raphael Miguel melhorou em relação ao primeiro livro, se tornando mais detalhada e com diálogos mais naturais. Fica evidente as qualidades dele como escritor em Ácido e Doce que, com certeza, fará os leitores acompanharem seus próximos trabalhos.
Edição
A edição da Editora Xeque-Matte está primorosa. O livro agrada desde a capa, que explicita bem a história, às ilustrações presentes a cada capítulo e pela qualidade do material em si. A escolha da fonte e tamanho das letras, e a utilização de papéis amarelados e grossos facilitam a leitura da obra.
#Livro Ácido e Doce; Raphael Miguel; resenha
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