Criado por Francylene Silva - 11 de abril de 2017 às 21:58
Visceral! Esse é o adjetivo escolhido para definir “Histórias Paulistanas”.
Assim como realizou em “3 Histórias de Terror e Uma Nem Tanto”, a dupla Lica de Souza e Flávio Luiz conseguem tirar o leitor do lugar, de sua zona de conforto. No primeiro caso, causando-lhe aflição, em Histórias Paulistanas, promovendo a reflexão e acima de tudo, guiando nossos olhos a complexidade dos detalhes da vida. Sofrimento, inocência, amor, medo, vida e morte impregnam as páginas com desenhos e cores de Flávio, que, ao contrário do pensamento comum sobre São Paulo, e até mesmo da ideia expressada na capa, utiliza de muitas e vibrantes cores.
Pegando como cenário a capital paulistana, o quadrinho consegue embevecer o leitor quando o guia a observar através das quatro historietas que se desenvolvem, a profundidade de situações tão cotidianas.
O que é retratado na HQ não difere muito do que vemos dia-a-dia nos telejornais, e que em pouco nos impacta, porém a história nos aproxima desses pequenos acontecimentos (por vezes, em meio a grandes) e revela o quão marcantes são na vida de diversas pessoas.
Cheia de prédios, o ponto de partida da história não poderia ser outro. A representação de edificações da cidade paulistana é destacada até mesmo na capa do quadrinho.
As quatro histórias (“Clube”, “Praça”,”Play” e “Rua”) se cruzam no enredo e evidenciam diversas formas de relações humanas que se mesclam e compõem cada cenário (muito bem) escolhido. A periferia, o centro, os bairros nobres, não são mero pano de fundo, eles são substanciais para as mini-tramas, que se desenvolvem no período de apenas um final de semana. Tempo suficiente para testemunhar as consequências do preconceito, os desatinos da violência, a solidão da velhice, o impacto da desigualdade social, presentes na maior cidade da América Latina.
#Quadrinhos crítica; Histórias Paulistanas; HQ
Acesse a página Colabore e saiba como. Esperamos você!