Resenha: Conto “O Anjo e o Leviatã”, de Martha Ricas

Mais do que escrever uma história excitante, a autora Martha Ricas em “O Anjo e o Leviatã”, conto que integra a antologia de Dark Fantasy “Criaturas do Submundo” (Editora Wish), introduziu a querubim Ashira pela primeira vez como protagonista. Em “Querubins – A Sentença da Espada”, estreia literária da escritora, a personagem aparece apenas como coadjuvante, sem muito destaque, sendo a querubim Chaya, a guerreira vermelha, a principal.

Introduzir a personagem de uma forma mais ampla serve ainda como aperitivo para o novo livro da série, “Querubins – A Balança do Coração”, que será protagonizado por Ashira. Apesar de terem semelhanças físicas, a personalidade e atitude de Ashira em muito se difere de Chaya. Enquanto Chaya é impulsiva e possui todas as características associadas a guerreiros, como força e austeridade. Ashira tem um ar complacente, sendo mais ponderada. Mas, ainda assim, uma guerreira decidida e firme em ser bem sucedida em sua missão, que na história é livrar um povo de uma terrível criatura, o Leviatã.

Apesar da história ser breve, 36 páginas, por se tratar de um conto, ela é completa, no sentido de que, sem apressar o enredo, apresenta todos os elementos que uma narrativa precisa: Introdução, desenvolvimento, clímax, desfecho, está tudo lá. Os elementos do gênero dark fantasy não são esquecidos, sendo a história de fantasia, sobre o embate entre o bem e o mal, impregnada de tensão e violência. A escrita de Martha Ricas é dinâmica e envolvente, dando ao texto um bom ritmo narrativo.

Assim como em seu primeiro livro, optou pela narração em primeira pessoa, novamente revezando entre dois personagens, neste caso, Ashira e Lorde Julian Straufus, que tem uma ligação direta com a missão da querubim, e novamente, a escritora consegue transmitir toda a carga emocional deles, nos deixando ter acesso aos seus mais profundos pensamentos.

Confira também a resenha de “Querubins – A Sentença da Espada” e a entrevista com Martha Ricas