Resenha: “Querubins – A Sentença da Espada”, de Martha Ricas

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A escritora Martha Ricas mostra que não são necessárias muitas páginas para escrever uma grande obra.Em seu livro de estreia, “Querubins – A Sentença da Espada”, é apresentada uma história que contém diversos elementos cruciais para o bom desenvolvimento de uma narrativa: um texto dinâmico e detalhado, personagens bem definidos e um final surpreendente.

 

Partindo do épico e passando pelo romance e suspense, sempre temperados de fantasia, é difícil definir em apenas um gênero a criação da autora. Como em um filme, é fácil acompanhar cena a cena o desenrolar da história e amadurecimento das personagens. É quase como se tudo fosse amarrado sob uma trilha sonora de John Williams ou Dario Marianelli. É crível, palpável e facilmente imaginável. A autora não apenas compõe personagens em um cenário, ela compõe uma cena, onde cada item, o clima, o cenário, as luzes e cores são utilizadas para passar o tom certo da situação.

 

A escolha da narrativa em primeira pessoa é audaciosa, porém adequada. Se o texto apresentasse um narrador onipresente (tudo sabe, tudo vê), os questionamentos e reflexões internas das personagens perderiam força e é exatamente esse vigor mental e espiritual que as guia para a jornada a frente.  Até mesmo em cenas de ação, cuja utilização de mais de um ponto de visão muitas vezes se faz necessária, a contemplação da história apenas pelo olhar das protagonistas é suficiente.

 

A história apresenta duas protagonistas, a querubim Chaya, e Mary, uma garota cujo dom  lhe atormenta desde a infância, ambas são fortes e inteligentes, de formas diferentes. A gentileza de Vougan e o ar misterioso de Anton, personagens secundários da história, encantam, e mesmo estes sendo essenciais ao rumo da trama, não tiram o foco das personagens principais .

 

A narrativa começa com as protagonistas em histórias paralelas, passadas em épocas distintas, que depois se entrelaçam. Ambas são igualmente interessantes e instigantes, fazendo com que o livro, mesmo com a alternância das histórias, não apresente problemas no desenvolvimento e ritmo. Os capítulos, curtos, tem o desfecho a fim de instigar a imaginação do leitor ao que virá a seguir. Além disso, as referências mencionadas ao decorrer do texto é um deleite às mentes atentas, que as consigam perceber.


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