Criado por Francylene Silva - 30 de julho de 2020 às 19:00
O ano é 1987. A exposição da artista plástica estreante Sophie Hoang, chamada “Monstrum”, atrai diferentes pessoas à sua vernissage. Cinco delas servem como peças de uma trama misteriosa.
Cada volume do quadrinho de terror Monstrum mostra a perspectiva de um desses personagens. No primeiro, “Fracassos são eternos”, conhecemos o detetive James Hunt que a contragosto recebe a missão de se infiltrar e coletar algumas informações durante a tal abertura da exposição.
O roteiro de Carlos F. Figueiras dá um recorte objetivo do ponto de vista de James e instiga o leitor a observar os pequenos detalhes, pistas para o entendimento da narrativa e ainda tentar pescar as referências – incluindo os elementos pulp noir – , algumas mais claras que outras. O posfácio de Carlos esclarece algumas delas e incita a uma segunda e mais atenta leitura.
A arte de Sueli Mendes traz personagens expressivos e algumas cenas gráficas – improprias a menores – que complementam o roteiro dinâmico e conciso de Carlos. Ao mesmo passo que preenche as páginas brincando com as formas dos quadros e ângulos diversos, a artista consegue dar um direcionamento claro à leitura explorando a visão do protagonista.
As cores de Natalia Marques conseguem uma uniformidade mesmo com uma paleta tão diversa. É interessante observar como elas refletem as emoções expressadas – raiva, medo, desejo, nojo – mesmo em cenas curtas.
Essa é apenas a primeira peça desse quebra-cabeça promissor. Ainda bem embaralhado e sem uma previsão do que será a imagem completa. Mas que definitivamente desperta a curiosidade sobre o que ela revelará. .
#Quadrinhos Carlos F. Figueiras; Monstrum; Natalia Marques; Sueli Mendes
Acesse a página Colabore e saiba como. Esperamos você!