Entrevista: Ana Cardoso defende causa animal em HQ de estreia, “We Pet”

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Junte uma talentosa quadrinhista e amor pela causa animal, dessa mistura nasceu “We Pet”, estreia de Ana Cardoso no mundo das HQs. Da escolha do tema às referências da criação, a artista contou detalhes do quadrinho numa entrevista exclusiva ao Mais QI Nerds e ainda adiantou que a próxima edição tem lançamento previsto para setembro deste ano.

 

A história da HQ tem como cenário um abrigo que resgata animais de rua, mas também vende animais de raça para sustentar o espaço, gerando um embate entre os sócios. O protagonista da história, um vira lata, e seus colegas de canil, mostram o drama de animais que precisam de um lar.

 

Ana é ainda a sócio-diretora do estúdio Black Ink, que vem ganhando cada vez mais destaque com diferentes títulos como “Dinastia dos Magos”, “Bone King” e “Anna Cabelos de Vento”. Confira a entrevista:

 

Como começou seu interesse pelos quadrinhos?

 

Desde criança, eu gostava de desenhar, mas nunca soube como o desenho se tornar profissão, não conhecia ninguém que trabalhava com isso. Eu lia alguns quadrinhos até a minha adolescência, eu lia mais Turma da Mônica, porque eram os únicos quadrinhos que tinha acesso. Até havia outros títulos, mas eram mais quadrinhos de heróis da Marvel e DC, eu até gostava, mas não era exatamente o tipo de coisa que realmente gostava de ler. Influenciada pelos animes que assistia desde a minha infância, no início da adolescência encontrei os primeiros títulos de Mangá nas bancas. Comecei a me influenciar pelo estilo, e quis estudar desenho, mas não havia escolas com preços acessíveis, estudei por fascículos “como desenhar” que encontrava em bancas de revistas, mas ainda não conhecia pessoas que produziam, mas a falta de estimulo fez a vontade de criar parar por um tempo.

 

Na fase adulta trabalhei em subempregos e percebi que eu era apenas uma “pagadora de contas” por que odiava meu trabalho, e não tinha uma profissão. Então veio o desejo de retornar ao desenho, então me esforcei para conhecer pessoas diferentes, que pensava como eu, isso aproximou mais uma vez dos quadrinhos. Consegui entrar na Escola de Belas Artes (UFMG) e enquanto era estudante eu e um grupo de pessoas com interesses em comum, fundou o Estúdio Black Ink, no qual hoje sou sócio-diretora. E foi aí que tudo começou.

 

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Como surgiu a ideia de criar uma HQ falando sobre a causa animal?

 

We Pet é uma história que escrevi por reflexo de algumas vivências que tive desde a minha infância, por ter muito contato com animais na casa da minha família. De certa forma sempre enxergo eles como um membro da família. Então sempre me deixava indignada pessoas que adquirem animais sem responsabilidade sobre aquela vida e mal trata, e os descartam como se fossem objetos velhos. O reflexo disso é vários animais SRD e animais de raça jogados nos abrigos…

 

Quais foram suas referências na criação?

 

As referências visuais sempre vieram da quantidade de trabalhos que tenho consumido em estilo cartoon que coloquei no liquidificador e comecei a produzir. Minhas referências vão desde animações a quadrinhos independentes. Eu gosto do visual simples, então, acho que o quadrinho me trás muita inveja e Guga e Léo do Shum Izumi, e a animação Hora de Aventura, Regular Show, e os quadrinhos A2 de Paulo Crubim e Cristina Eiko. Tem muitos, teria que fazer uma lista imensa aqui.

 

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A HQ apresenta uma história completa, ou será em série?

 

As histórias são fechadas, mas pretendo lançar em 3 volumes, para aprofundar melhor no universo. A próxima revista We Pet deve sair em setembro de 2016.

 

 

 

Qual o sensação de pegar sua HQ impressa pela primeira vez?

 

Emoção pura! Senso de dever cumprido, é meio inexplicável.

 

O que acha do mercado nacional de quadrinhos atualmente?

 

Bom. Eu tenho 28 anos, e durante uma boa parte da minha vida, eu não tive muito acesso a quadrinhos, primeiro por falta de condições financeiras, segundo por que era limitada as edições presentes na banca de revistas perto da minha casa, que tinha uma variedade pequenas de títulos. E fora turma da Mônica, praticamente todos os quadrinhos eram de fora, era difícil pensar que o autor poderia esta do outro lado do mundo, e que tudo que eu lia vinha de uma cultura externa.

 

Hoje eu acompanho o mercado de quadrinhos nacionais, de uma maneira muito frenética, porque tem tanta coisa sendo lançada, que estou sendo bombardeada de trabalhos nacionais com qualidades surpreendentes. Estes quadrinhos estão sendo lançados em eventos espalhados pelo Brasil, através do catarse, que é um site de financiamento coletivo, vendas em lojas Virtuais, e também nas livrarias e bancas de revistas. Então na minha visão, não só aumentou o numero de publicações, como também houve uma melhoria no seu acesso. Hoje posso ver qualquer pessoa lendo quadrinhos nacionais, acompanhando, tornando-se fã de roteiristas e ilustradores Nacionais. E quanto mais tem pessoas consumindo, pode ter certeza que produção só tende a aumentar, como foi possível ver no ultimo FIQ – Festival Internacional de Quadrinho.

 

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#Quadrinhos   ; ; ; ; ; ; ; ;


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