Criado por Francylene Silva - 2 de maio de 2022 às 18:18
Em uma taverna, cinco amigos decidem contar suas macabras e impressionantes histórias de amor. Esse é o plot do clássico do ultrarromantismo “Noite na Taverna”, de Álvares de Azevedo, publicado em 1855. Com Marcel Bartholo, a obra ganha uma adaptação em que os quadros evidenciam a versatilidade do traço do quadrinista, sem fugir de seu característico e marcante estilo.
Dividido tal como a obra original, a cada conto, cada personagem, fica perceptível a mudança de ponto de vista. Marcel busca em técnicas, acabamentos e cores, a unidade que cada capítulo do quadrinho necessita, ao narrar a visão de Solfieri, Bertram, Gennaro, Claudius Hermann e Johann sobre os relatos do passado.
O quadrinho segue a proeza do texto original em trabalhar a complexidade e controvérsia da memória – principalmente se tratando de mente ébrias – quando atos infames e extravagantes ficam no limiar do inverossímil.
A carga dramática das cenas em uma narrativa repleta da sensação de fatalismo e melancolia, evidencia os principais aspectos da prosa gótica, corrente ao qual o clássico é atribuído. A expressividade dos personagens pelos traços de Marcel vão além de olhares lânguidos ou arregalados. Até mesmo em sombras e no que está velado, as sensações de morbidez se perpetuam, exaltando a obra.
A adaptação explora ao máximo os aspectos que a nova mídia – os quadrinhos – oferecem. Fugindo da armadilha de servir de produção introdutória ao original, apresenta uma nova e completa visão sobre a história.
#Quadrinhos Alváres de Azevedo; Atêlie da Escrita; Noite na Taverna; resenha
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