Clássico de Álvares de Azevedo, “Noite na Taverva” ganha adaptação em quadrinhos

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Noite na Taverna, clássico da literatura brasileira, ganha adaptação em quadrinhos assinada por Marcel Bartholo. Publicado originalmente em 1855, três anos após a morte de Álvares de Azevedo, o romance gótico é símbolo do romantismo brasileiro, caracterizado pelo  sentimento de tristeza, melancolia que se abate nos personagens e pela escolha de temas como  tédio, o obscurantismo e o sobrenatural. 
 

Na obra,  Solfieri, Bertram, Gennaro, Claudius Hermann e Johann, entre bebidas e risadas, compartilham fatos extraordinários e revivem experiências com o sobrenatural, sendo cada parte da narrativa, um conto proferido por um dos seis narradores, que culminam em um final surpreendente. 
 

“Quando recebi o convite da editora Ateliê, foi quase inacreditável. Eu já vinha ensaiando começar a fazer roteiros, e planejava justamente começar por adaptações literárias, mas no meu cronograma mental isso só começaria em 2022…ou até mesmo 2023! Com a oportunidade de trabalhar com Noite na Taverna tudo fazia sentido, era uma obra brasileira, de terror, clássica, e subdividida em diferentes contos. Ali vi a possibilidade de desenvolver diferentes estilos de desenho dentro da obra, encarei como pequenas histórias dentro de uma maior. No processo de adaptação reli umas 3 vezes e em cada leitura, já tentava separar as principais cenas que não poderiam faltar. O texto do Álvares é um tanto quanto exagerado em muitos momentos e seus personagens não são nada confiáveis, precisei captar aquele clima de decadência moral daqueles narradores”, contou Marcel Bartholo ao Mais QI Nerds. 
 

A obra é publicada pela Editora Ateliê da Escrita, que ainda tem no catálogo adaptações em quadrinhos de outros clássicos como “Iracema”, de José de Alencar, assinado por Laudo Ferreira e o romance de Jane Austen, “Razão e Sensibilidade”, que ganhou versão de Germana Viana. 
 


 

Sobre o processo criativo, o quadrinista disse ter sido um processo primordialmente imagético por conta do limite de páginas. “Eu precisava fazer aquelas pequenas histórias funcionarem como narrativas “mudas” explorando MUITO o uso das cores e das expressões. Posteriormente eu retornava ao conto, onde eu já havia feito fichamentos e sublinhado diversas das minhas falas preferidas e importantes do texto. Era importante usar o texto do Álvares, mas o desafio era saber exatamente o que cortar, e trabalhar os contrastes de interpretação com as imagens, evitando completamente as redundâncias. Creio que ficou um trabalho muito bacana, sintético no texto, mas ao mesmo tempo completamente fiel ao original, e com uma arte muito variada e viva, e ainda tive espaço para fazer algumas alterações importantes tanto no final, quanto na adequação de algumas passagens”, disse.  
Noite na Taverna pode ser adquirido no site da editora.
 


#Quadrinhos   ; ; ; ;


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