Criado por Jannayna Pereira - 10 de março de 2021 às 12:56
“Rose procura Jack”, da Editora Melhoramentos, escrito por Mel Darbon, e com tradução de Sandra Pina, conta a história de uma menina com down, que sai a procura de Jack, seu namorado, com deficiência intelectual. Em sua jornada ela se depara com situações conflitantes, mas que a fazem perceber sua força.
A cada ano, as discussões sobre o papel da mulher na sociedade e a conscientização sobre as particularidades de pessoas com Down derrubam estereótipos que foram reproduzidos ao longo do tempo. Dentre tantos relatos inspiradores sobre mulheres fortes e determinadas, o universo literário nos presenteia com essa singela história de amor.
Logo na primeira página somos apresentados a Rose Tremayne, uma garota de 16 anos, com 1,50 de altura, pele clara, olhos verdes e cabelos ruivos dourados, na altura dos ombros. Com botas e bolsa roxa, sua cor preferida. Essa é a descrição de Rose, desaparecida há 5 dias. Rose tem síndrome de Down.
O amor entre Rose e Jack, seu namorado há 7 meses, uma semana e, três dias também é revelado ao leitor, logo nas primeiras páginas. Sem entender o motivo de Jack ter desaparecido, a adolescente encontra no escritório do pai, postais escondidos que foram enviados pelo seu namorado, de quem não se tem notícia desde o fatídico dia em que ele foi levado.
Após uma crise de raiva, Jack é internado em uma clínica e os pais de Rose a impedem de vê-lo. Os postais confirmam que Jack também sentia sua falta, e foi assim que a garota reuniu toda a sua coragem e traçou uma rota detalhada, em busca do seu amor, até o endereço que constava nos postais. Rose entra então, em uma longa e angustiante viagem, atravessando Londres.
O livro é escrito em primeira pessoa, e a linguagem da Rose e do Jack refletem a maneira como eles são, ela com síndrome de Down e ele com outras limitações.
Durante o trajeto Rose se depara com as mais inimagináveis situações. “Sua independência a leva a tomar decisões, mas sua ingenuidade acaba colocando a personagem em situações muito perigosas”, diz Sandra Pina.
Ao compartilhar a visão do mundo com Rose, o leitor tem a possibilidade de ultrapassar inúmeros preconceitos com relação a síndrome de Down. “Através de uma aventura, o leitor consegue perceber que existem níveis diferentes da Síndrome, que portadores dela são pessoas iguais a ele, com sentimentos, que tomam decisões, que têm desejos, etc. Talvez se a história fosse contada por um narrador onipresente, esse tipo de empatia do leitor com a personagem não fosse tão forte”, ressalta Sandra Pina tradutora do livro.
“Rose procura Jack” nos convida a conhecer uma jovem que tem muito a ensinar sobre perseverança, resiliência e principalmente amorosidade.
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