Criado por Francylene Silva - 4 de março de 2021 às 18:46
O escritor Pedro Rhuas lançou o romance de verão “O mar me levou a você”.
A história de Matias que, de volta ao Brasil para mais um verão no hostel dos pais, em Canoa Quebrada, no Ceará, se vê encantado por um misterioso rapaz por quem se sente imediatamente atraído.
Para conhecer mais sobre o processo de criação da história, o Mais QI Nerds entrevistou o autor. Confira:
Como surgiu O Mar Me Levou a Você?
A ideia para “O mar me levou a você” surgiu em uma viagem para Canoa Quebrada, em janeiro de 2020, antes da pandemia. Era minha primeira vez na praia após alguns anos morando fora do Brasil. Quando pequeno, morei em Aracati, cidade onde Canoa se localiza, e sabia que precisava escrever algo ambientado ali. Foi uma história muito influenciada pela minha experiência trabalhando em um hostel de yoga e surf no Marrocos, onde fiquei por um tempo no início de 2019. Depois dessa temporada no Marrocos, me mudei para a Espanha e é daí que nasce bastante dessa conexão que acabou resultando na criação das personagens.
Conte um pouco sobre o processo de escrita da história.
Assim que voltei dessa viagem, eu escrevi uma ideia inicial – sabia como seria a ambientação, em que circunstâncias as personagens se encontrariam, etc. Era mesmo um esboço muito rudimentar, que guardei comigo até outubro de 2020. Em conversa com a minha agente, mencionamos a necessidade de termos uma publicação para o início de 2021; sobretudo porque meu último lançamento, “Enquanto eu não te encontro”, havia sido em março de 2020 e saiu do ar após ser adquirido pela Editora Seguinte. Foi assim que lembrei dessa história. Alba adorou a sinopse e comecei o processo de escrita, que durou cerca de dois meses com a orientação da Increasy. Foi bastante divertido!
A história tem como cenário Canoa Quebrada, no Ceará. Qual considera a importância de histórias nacionais que saiam do eixo RJ/SP?
Quando mais jovem, eu enxergava um enorme vácuo, nas obras que chegavam ao mainstream, de representações que não fossem sudestinas. Apesar de vê-lo, eu o naturalizava; “as coisas são como são”. Por dentro e aos poucos, porém, aquilo gerava uma sensação muito pesada de que as incríveis histórias ao meu redor não tinham valor. Se não eram contadas, será que existiam mesmo? A invisibilização de narrativas fora do Sudeste cria essa ideia de esvaziamento do que é produzido no Nordeste, no Norte e no Centro-Oeste. Precisei passar por um importante processo de empoderamento e ressignificação da minha identidade para bater o pé no chão e dizer: “vou fazer do meu jeito e honrar minhas raízes”. Quebrar o eixo, portanto, é essencial quando a gente pensa em pluralidade de vozes.
Além de escritor e jornalista, ainda é cantor. Como os múltiplos trabalhos se influenciam e coexistem?
Nossa, são processos criativos muito distintos. Costumo dizer que tenho “vários eus”, cada um deles com uma demanda específica. Hoje concilio as três carreiras, e é uma loucura. O Pedro Jornalista atua mais na parte estratégica e de assessoria da própria vida; o Pedro escritor é o contador de histórias, lendo o mundo ao seu redor; e o Pedro cantor é o que pega um pouco das duas e traz para falar mais de si. A música é mais como meu diário interior. Se na literatura eu posso estar atrás dos meus personagens e narrativas, na música eu me desnudo mais. As três áreas têm coexistido em uma balança bastante bonita e sincera até então, cada um emprestando um aspecto importante na jornada.
Obrigado pela entrevista, Mais QI Nerds! Foi super divertido! Espero que os leitores se divirtam com “O mar me levou a você”, essa história leve como brisa de verão, e se preparem para “Enquanto eu não te encontro”, uma comédia romântica que chega às livrarias ainda em 2021!
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