“O Colecionador de Sacis e outros contos folclóricos”: Andriolli Costa fala sobre seu livro de ficção folclórica

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O jornalista, pesquisador e escritor Andriolli Costa tem uma longa experiência quando o assunto é folclore. Seja o estágio pós-doutoral na UEB que realiza analisando jogos analógicos inspirados em folclore brasileiro, seja no site que edita desde 2015  O Colecionador de Sacis, ou ainda no podcast que faz parte dele, Poranduba. Todo esse conhecimento serviu de base para seu primeiro livro solo: “O Colecionador de Sacis e outros contos folclóricos”. 
 

O livro reúne sete contos de ficção folclórica. Para conhecer mais sobre ele, conversamos com o autor. Confira a entrevista: 
 

O que podemos esperar de O Colecionador de Sacis e Outros Contos Folclóricos? 
 

Meu livro trás um conjunto de sete contos inspirados em algum aspecto do folclore brasileiro. Normalmente mitos e lendas, por certo, mas não somente isso. Também estão presentes referências a artesanato, pratos e bebidas típicas e outros saberes tradicionais. As histórias perpassam vários gêneros: da ficção científica ao romance, de um drama de realismo mágico a um suspense detetivesco. O que une tudo é essa grande relação de afeto com o nosso folclore. 
 

 

A escolha foi proposital. Em uma das resenhas que já fizeram do livro, um leitor disse que além de livro é um manifesto, e eu não poderia concordar mais. Eu quis mostrar, nessa pequena coletânea, que é possível contar histórias inspiradas em folclore de tudo quanto é jeito; sem limitações. E quis mostrar que o público entende e se identifica com isso. Mais de uma vez já escreveram que o Colecionador é um livro com histórias familiares, como se elas sempre tivessem estado ali e você apenas não lembrasse delas. É isso que o folclore faz. E eu mergulhei nele para trazer histórias que falam de amor, sonho, saudade, abandono e esperança. 
 

 

Há anos você trabalha como pesquisador e produtor de conteúdo, em diversas mídias, sobre folclore. Como foi criar histórias que utilizam da cultura popular brasileira, sendo um grande conhecedor do assunto? O que buscou colocar, em questões de conhecimento, em suas histórias? 
 

Foi um grande desafio, por um lado, uma vez que por ter conseguido certo espaço nas redes tratando, pesquisando e analisando este tema, a expectativa sobre o que eu poderia produzir foi grande. Não por acaso demorei muito a decidir lançar esse material por conta própria. Como resultado final fiquei bastante satisfeito. Quem ler o livro verá não só muito de mim, mas também das discussões que busco ventilar: sobre o mito como grande verdade e não sinônimo de mentira; sobre a tradição como caminho para encontrar pistas para o futuro; sobre as relações indissociáveis entre folclore e política. O livro mobiliza temas e desafios muito contemporâneos, e a nossa cultura popular foi o grande eixo que uniu tudo. 
 


 

 

Além do folclore nacional, quais outras influências para a criação da história você destaca? 
 

Difícil dizer. Conscientemente sei que tem muito ali da minha família; as histórias que meus avós contavam, os causos e abusões. E como cada conto ali tem uma pegada diferente, as influências foram várias, mas nenhuma proposital. Certamente um arcabouço de filmes, séries e livros que já consumi no passado. Mas durante a feitura do livro o que mais li mesmo foram livros de narrativas míticas. Foram o suficiente para despertar ideias.  
 

 

Como é seu processo criativo? 
 

Meu processo criativo vem de combinações. Muito da conjectura e de levar as ideias aos seus limites. Quando via ensaios fotográficos inspirados em ninfas, dríade e sereias pensava: “quem já fez isso inspirado em folclore brasileiro?”. Ninguém, então eu ia lá e fazia. Se o saci some com as coisas, e se ele passasse a sumir com as memórias de alguém? Não poderia ser uma boa metáfora para falar de envelhecimento? Então eu ia lá e fazia também. Quem já usou folclore para discutir racismo, educação sexual, diversidade? Eu ia vendo os vazios e sentia o impulso de preenche-los, de convidar mais gente para fazer igual, de mostrar que é possível e que já público. Minha audiência ainda é pequena, mas sei que quem me acompanha se torna um multiplicador. Recebo muita mensagem de professor que aplicou minhas ideias em sala de aula, escritor ou quadrinista que pegou algo que eu falei para pautar um trabalho novo… E assim vamos fazendo a palavra se espalhar! 
 


 

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