Criado por Francylene Silva - 3 de setembro de 2020 às 19:24
O Auto da Maga Josefa, de Paola Siviero, apresenta uma aventura fantástica que percorre o Nordeste brasileiro, de causo em causo, de criatura em criatura, entregando uma preciosa obra nacional.
Na história, o caçador do sobrenatural Toninho sempre fez tudo sozinho até que o destino liga o caminho dele ao da enigmática Maga Josefa. Mesmo sem entender muito das motivações da mulher, filha do diabo em pessoa, em caçar seres do outro mundo, ele concorda – às vezes a contragosto – em unir forças.
O livro é estruturado por capítulos episódicos, cada um retratando uma das missões de Toninho, a mula encantada Véia e Josefa – sempre com seu galho de cajueiro. Cada missão apresenta desafios e exigem conhecimentos que testam os dois, ao mesmo passo que a ligação entre ambos vai se estreitando de forma natural e progressiva, conforme vão compartilhando de mais e mais histórias. A interação dos dois é responsável pelos mais divertidos diálogos e momentos.
A narrativa é contada sobre a perspectiva de Toninho, cuja apresentação e trejeitos são do conhecimento do leitor desde o princípio, sendo ele sempre aberto e chamativo. Assim,fica ainda mais evidente os contrastes da personalidade dele em comparação a de Josefa. Enquanto ela se mostra sábia, experiente e bem misteriosa, ele, apesar de ter bastante conhecimento, aparenta ser um tanto inocente e até bastante atrapalhado na missões, mas nada que tire os crédito de sua participação nelas. Acontece que um complementa o outro de diferentes formas.
Algumas das missões ainda colocam em voga questões importantes como tolerância religiosa, cultural e sexual. Na questão religiosa, a escritora usa diversos elementos de religiões diferentes com responsabilidade e respeito. No âmbito cultural, a cultura nordestina é retratada com veracidade, sem cair em estereótipos e caricaturismos. Já no sexual, um momento específico é marcante no trato do assunto de forma aberta.
Outro ponto interessante é que a narrativa explora diversas criaturas, sejam elas comuns ao imaginário popular brasileiro – como chupa-cabras – , ou características de outros países – como vampiros – . Como os protagonistas dominam questões sobrenaturais, a apresentação de tais criaturas é sempre embasada segundo o cenário da obra, que assim, vai se revelando aos poucos. Algumas breves menções a fatos históricos ajudam ainda na contextualização do tempo em que a história se passa.
A escrita de Paola entrega uma narrativa dinâmica, conduzida com humor e protagonizada por personagens carismáticos. Queremos ainda ler muito, muito mais sobre a jornada de Toninho e Josefa.
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