Garotas, o Sol e As Coisas Lindas do Universo, da escritora Sofia Neglia, conta a história de Cecília Lages, que visita a família após três anos, voltando para o interior de São Paulo e para a fazenda de laranjas durante as férias do trabalho. Ela encontra tudo diferente, e as mudanças incluem ainda um novo projeto de sua mãe: ser cerimonialista de casamentos. Agora ela precisa da ajuda de Cecília para receber a sua próxima noiva, que vem acompanhada da linda e irônica madrinha, Brenda.
Em entrevista exclusiva ao Mais QI Nerds, Sofia revelou que a história surgiu em uma brincadeira no Twitter. “Um dia, estava rolando o feed e vi um daqueles jogos de combinação – que cada mês, cor da blusa e dia que você nasceu forma uma frase – e a minha frase acabou sendo “Girls, the Sun and the beautiful things of the Universe”, uma tradução exata do título do livro para o inglês.Fiquei com a frase na minha cabeça e não aquietei enquanto não bolei um jeito de começar o livro”.
A escritora contou ainda um pouco sobre seu processo de criação e inspirações. Confira:
– Quais foram as suas inspirações para criação da história?
Uma das maiores foi o mês da Visibilidade Lésbica, além de querer escrever algo curto e feliz. Queria escrever, nesse mês tão importante, algo que fosse leve e divertido, algo que mostrasse como pode ser bonito a interação entre duas mulheres em um ambiente que aceita quem elas são. O nome em si foi de grande inspiração, também. Tenhos o Garotas na relação sáfica, o Sol como parte da descrição do ambiente da personagem principal, e o Universo com pequenas menções ao longo do livro.
Sendo uma mulher que ama outras mulheres, foquei no sentimento de amar outra mulher, sentir a atração.E, como digo na dedicação do livro, esse foi em especial para todas que querem um final feliz, e para a minha namorada, que faz parte do meu. Sou uma escritora que sempre levou e leva muito da sua vida para a escrita. As coisas que acontecem no livro não são as que aconteceram comigo e com a minha namorada, mas o sentimento de me sentir atraída por alguém que é tudo o que eu amo em uma pessoa só? Com certeza foi. Levei a felicidade que eu sinto ao amá-la para minha história e então montei as informações dos personagens e etc.
– Conte um pouco do seu processo criativo.
Na maioria dos meus livros, não só nesse, eu começo pelo título. O título pra mim é o centro do meu mapa mental, então monto ao redor dele o que vou colocar na história. Depois desse processo mais geral, crio tabelas para todos os meus personagens e o que cada um significa para o outro, qual o papel deles na história, os seus medos e desejos.
Uma coisa que eu aprendi no início da minha carreira como escritora (e que levo até hoje) é colocar a quantidade de capítulos que quero para a história que estou escrevendo. Isso, pra mim, é essencial para todo o processo criativo. Botar limites na minha escrita me ajuda muito a escrever e com esse conto não foi diferente. Decidi desde o início que queria dez capítulos, e depois que montei um mapa geral, montei os títulos com que queria em cada capítulo.
Claro que não é algo perfeito, monto muitas coisas conforme escrevo e apago, escrevo, apago, e.. escrevo e apago. Escrevo várias vezes tudo até que eu esteja satisfeita. Mas é um bom começo e funciona muito bem para mim.
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