Segredos e culpa no thriller A Segunda Morte de Suellen Rocha, de Cláudia Lemes

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O thriller A Segunda Morte de Suellen Rocha, da escritora Cláudia Lemes, se inicia com uma certeza: Suellen está morta. Mas essa não foi a sua primeira vez. Desde o título a apreensão de saber qual o significado de sua primeira “morte” capta a atenção do leitor. 
 

Vinte anos antes, quatro adolescentes faziam um pacto para guardar um segredo abominável. Agora, um delas é cruelmente assassinada e tem o sangue usado para mandar um recado: “assassinas”. Dafne, Mariana e Cacau correm perigo em um lugar repleto de intrigas e mistérios. 
 

Em meio a essa trama,vão se desenvolvendo a história de cada uma delas e ainda de Gustavo, marido de Mariana, André e Reno, peças importantes na narrativa e cuja visão sob as flores e ação sob o crime ocorrido são de grande importância. Passado em dois tempos, a narrativa aborda questões delicadas e que podem ser mais sensíveis para alguns leitores, como violência, de diferentes formas, e preconceito. 
 

A alternância entre dois tempos vai revelando a história aos poucos. A crescente da tensão da narrativa está presente em ambos, que em momentos diferentes encontram seu clímax. Contudo, está na ligação de passado e presente o ápice da história. Os segredos do passado e toda experiência que as quatro amigas tiveram desde quando ainda adolescentes as moldaram e as consequências dos seus atos agora são algo que não mais poderão evitar. 
 

Além do revezamento de tempos, há ainda a alternância entre os pontos de vistas de diversos personagens. Conduzida por uma escrita objetiva, a narrativa, com dinamismo, mistura cenários e personagens de forma homogênea, as pessoas são a cidade e a cidade resulta delas. 
 

Claudia constrói personagens enigmáticos, imprevisíveis e humanos, no sentido mais complexo da palavra. Os protagonistas têm características dúbias e suas ações que por vezes se encontram ou transpassam o limiar da moralidade enriquecem a narrativa empregando assim maior autenticidade.Já os antagonistas acentuam os atributos mais repugnantes.
 

A Segunda Morte de Suelen Rocha apresenta um thriller alucinante e crível sobre irmandade, culpa e consequências. 
 


Natural de Santos, SP, Cláudia Lemes tem 40 anos e divide seu tempo entre seus três filhos, traduções, leituras críticas, edição de textos, escrita e o trabalho na associação ABERST, que idealizou e fundou em 2017.

 

Atualmente, autora mora em Santos com o marido Leandro, os três filhos, um gato e uma cobra. Ela faz pós-graduação em literatura contemporânea e está fazendo um curso técnico de auxiliar de necropsia. Para pesquisa, claro.


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