Resenha: “O Sobretudo Vermelho Afogado – Parte 1, A Criança”, de Rodrigo Rassoul

Pertubador, amedrontador e angustiante. O Sobretudo Vermelho Afogado, em sua primeira parte, A Criança, apresenta todos os elementos necessários para compor uma história de terror cujos três adjetivos são bastante recorrentes: daquelas que arrepiam os pêlos do corpo.
 

Tirando muitas vezes o leitor de sua zona de conforto ao confrontar cenas cujos intuitos variam de assustar a inojar, o autor Rodrigo Rassoul apresenta uma história de dark fantasy que ousa ao explorar o gore e misturar mitologias.
 

Ao contrário do que indica os nomes dos personagens, o cenário do livro é o Brasil, onde Kathleen Nightshade, A Bruxa da Noite, a mais poderosa do país, decide viver como uma pessoa comum, após seu púpilo Yussefer se tornar um bruxo maléfico.  Jurando nunca mais ensinar magia a outra pessoa, ela tem seus planos de se afastar de tudo isso alterados quando percebe que tanto ela quanto as pessoas que a rodeiam correm muito perigo.
 

Mesmo sendo Kathleen a protagonista, a narrativa se divide em outras linhas que possuem ligação com a bruxa.  Estas tornam o ritmo da narrativa acelerado por conta das diversas mudanças de perspectiva. Com isso, informações sobre como é o sistema de organização bruxo e como o poder dos bruxos se manifesta, por exemplo, são rapidamente explicados.
 

Uma das linhas narrativas apresenta uma criança com sua boneca demôniaca. Assim como o cinema nos ensinou, está combinação é responsável pela maior parte dos momentos horripilantes da trama. Em outra, a vampira esquartejadora e sádica Lydia é apresentada, e é revelado o por quê do seu ódio pela bruxa.
 

O autor utilizou da narração em terceira pessoa para acentuar as situações veladas à protagonista. Ao leitor, é angustiante ver a proximidade que Kathleen está do perigo sem ter conhecimento disso.
 

Apenas na segunda metade do livro, Kathleen assume verdadeiramente o protagonismo, sendo responsável por incríveis e detalhadas cenas de ação, juntamente com uma horda de carismáticas vampiras. A esta parte é ainda revelada algumas respostas de questionamentos apresentados e muitas outras perguntas aparecem, que só serão reveladas na continuação da obra.
 

RODRIGO RASSOUL, um apaixonado pela arte escrita, paulistano, com seus 38 anos e tra-lá-lá, e um eterno estudante de Direito. Acredita que a boa música é fato gerador da criatividade, e ler é destoar desse mundo monocromático, e deixar-se conduzir para mundos fascinantes de brilho multicolorido. Decidiu embarcar nessa loucura, que é criar um mundo imaginário, com o intuito de divertir as pessoas.