Após um dia cansativo em um trabalho detestável, a jovem Dora se depara com uma gatinha abandonada na rua, e decide adotar. Gata, como é batizada, aos poucos se revela muito mais do que um simples pet, e passa a guiar Dora através de uma das fases mais difíceis da vida: a entrada no temível mundo adulto.
Criada por Helô D’Angelo, a história de Dora e a gata que começou como uma webcomic publicada semanalmente no Instagram da autora, está atualmente no Catarse em um campanha de financiamento coletivo para publicação da saga completa.
“Dora e a gata é minha primeira HQ grande. Por muito tempo, por pura insegurança, eu achei que não conseguiria fazer algo do tipo, mas com o apoio da minha professora de ilustração e amiga, Psonha Camacho, consegui. São 116 páginas desenhadas e coloridas à mão, em aquarela, feitas em 8 meses de trabalho, contando roteiro, criação dos personagens e cenários, desenhos, arte final, colorização e digitalização/diagramação.” contou Helô ao Mais QI Nerds.
O quadrinho foi inspirado em uma gata da autora chamada Jerí, resgatada das ruas com dias de vida. “Como eu a amamentei, ela é muito apegada a mim e às vezes me olha como se me entendesse – e daí surgiu a personagem da Gata, que é sagaz, carinhosa, ligada na vida de Dora e que não parece vir desse mundo de tão conectada à dona. Já Dora é uma mistura de eu mesma com várias partes de amigas e amigos meus. Dora é uma metáfora sobre tornar-se adulto.”, disse Helô, que revelou que primeiramente o final da história veio a sua cabeça e a partir dela criou Dora, Gata, Caio, Ceci (uma amiga da Dora que ainda não apareceu na webcomic) e a mãe de Dora, os personagens da trama.
‘Embora a história seja bem simples – um conto sobre amadurecimento -, o final muda a forma como o leitor percebe a história, gerando questionamentos filosóficos sobre a natureza da vida. Espero muito que os leitores de “Dora e a gata” curtam o que planejei para elas!”
Helô aponta suas inspirações, dentro e fora do universo dos quadrinhos, para criação de Dora e a Gata. “Alguns exemplos são o traço e a delicadeza de Rebecca Sugar, criadora de “Steven Universo”; as temáticas de Alison Bechdel, autora de “Dykes to watch out for”; as técnicas não digitais de Laerte; o foco em uma história simples mas lírica, como nos filmes de Wes Anderson e Sofia Coppola; e, por fim, a narrativa metalinguística e contida em si mesma de Toby Fox, no jogo “Undertale”.
O Catarse de Dora e a gata fica no ar até 13 de agosto de 2019, e pode ser apoiado a partir de R$10 – sendo o exemplar adquirido a partir de apoios de R$55. O lançamento está previsto para ocorrer em novembro, na Ugra Press, em São Paulo.
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“Dora e a gata” é meu projeto mais querido até agora. Trabalha não só com todas as técnicas que venho estudado nos últimos anos, mas também com feminismo, sexualidade, filosofia de via, literatura e, claro, com minha própria potência de criação de histórias longas. Espero que os leitores se identifiquem com essa história tanto quanto eu me identifiquei ao fazê-la!
#Quadrinhos
Helô D'Angelo; quadrinhos
