A light novel IsaacD, de Leandro Pileggi, junta ação, bom humor e muitas referências à Lovecraft e à cultura pop em uma fantasia construída em cima de um dos maiores mistérios da humanidade. E se você acordasse, e fosse outra pessoa? E se criaturas inomináveis surgissem por toda a parte? E se só você percebesse que elas estão ali? E se elas viessem atrás de você? Você correria? Se esconderia? Ou Você lutaria…
Com ilustrações de Levi Tonin, a light novel foi publicada pela Avec Editora através de financiamento coletivo.
Para conhecermos mais sobre a light novel, o autor Leandro Pileggi nos cedeu uma entrevista exclusiva. Confira:
E se você acordasse, e fosse outra pessoa?
Eu sou uma pessoa do interior sabe. A vida no interior não é muito complicada, e a gente acabe adquirindo o habito de simplificar as coisas. Então eu tentaria entender o que esta acontecendo sem dar bandeira para não fazer um papelão, porque passar vergonha na frente de outras pessoas é mais assustador que acordar em um corpo diferente (risos).
Como você definiria IsaacD?
Sinceramente não sei. Assim como não sei como definir o meu primeiro livro, Noah. O Isaac D é diferente de um livro de fantasia tradicional, ele quase não tem descrições, ele não se prende em um local, ele é rápido e tem muitos elementos de thriller, alem de um mistério que permeia o livro todo. É engraçado, eu dou pistas desse mistério no título, e continuo dando pistas durante todo o livro, mas nenhum dos leitores até hoje conseguiu perceber porque acontecem coisas tão estranhas que desviam a atenção, e eles não conseguem seguir a trilha de migalhas.
Afinal, porque esse D no titulo?
-Quais foram suas inspirações para escrever o livro?
A minha inspiração partiu de uma revolta. Revolta contra todos os escritores que não terminam nunca as suas sagas. Estava eu em uma tarde de domingo conversando com meu irmão e reclamando da sétima temporada de GOT, que estava uma porcaria porque o preguiçoso do George não tinha terminado os livros e os produtores tiveram que rebolar para seguir a historia. Aí meu irmão já me lembrou do O Nome do Vento, que também ia ganhar uma adaptação, e que muito provavelmente também teria um final filler porque o Patrick não vai escrever nunca o terceiro volume. Foi quando me lembrei de ter lido em algum lugar que o King recebeu uma carta nos anos 90 de uma leitora em estado terminal implorando para ele contar para ela o final da Torre Negra. Ele não sabia o final e aquela mulher, e milhares de outras pessoas, morreram nos 20 anos seguintes sem uma conclusão. Quando me recordei desse fato uma luz se acendeu na minha cabeça e comecei a pensar na historia. Dez minutos junto de uma garrafa cheia de café foram o suficiente para misturar essa idéia com mitologia hebraica, kardecista, umbandista, lovecraftiana e criar o enredo na minha cabeça. Mais tarde nesse mesmo dia voltei para casa e comecei a escrever o Isaac D. Levei menos de um mês para terminar o rascunho, o livro veio todo de uma vez, como se ele já estivesse escrito em algum lugar da minha mente, e eu só estivesse transcrevendo um áudio. Estranho não? Com o Noah foi diferente.
Por que Isaac? De onde veio esse nome?
Do brilhante Isaac Asimov é claro! Eu não podia referenciar tantos autores pulps e deixar o mais brilhante de fora. No caso de uma eventual sequência, vou abrir o livro com uma narração do ilustre Brás Cubas.
– O livro foi publicado através de financiamento coletivo, algo cada vez mais comum. O que acha sobre essa nova possibilidade de publicação?
Acho uma ferramenta maravilhosa! Masss devo ter ganhado alguns cabelos brancos kkkk. É difícil, durante dois meses fiquei tenso, ansioso, preocupado. Quando a campanha acabou e o livro foi financiado, fiquei ainda mais tenso, ansioso e preocupado. Produzir um livro é difícil e complicado, eu não teria conseguido sem a editora Avec. O mundo podia ser mais simples não é?
#Livros
Leandro Pileggi; Levi Tonin
