Resenha HQ “Agente Sommos e o Beliscão Atômico”, de Flávio Luiz

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Agente Sommos é uma HQ de humor. Não, não humor negro. Não, também não é humor cult filosófico.  Não, não é humor existencialista. É de humor engraçado, nonsense. Raridade atualmente, que tem a intenção apenas de divertir e tirar sarro do que for.

 

O personagem principal, o Agente Sommos, é fanfarrão, atrapalhado e inconsequente. Perder o foco nas missões?! Apenas por conta de mulheres bonitas, garrafas de bebida alcoólica, sono, cantoria…. etc etc etc. Mas missão dada, sempre é missão cumprida, não importa as (tamanhas) consequências.

 

Em Agente Sommos e o Beliscão Atômico, além do protagonista, conhecemos outros agentes da M.E.N.A.S. (Movimento Espionário Nacional Altamente Secreto), em seu combate a perigosa organização M.E.R.M.O. (Maracuitaias Espionistas Revoltantes Mortalmente Orquestradas).

 

Absurdo é uma palavra que brinca na mente criativa de Flávio Luiz (O Cabra, Aú o Capoeirista, Histórias Paulistanas), responsável pelo roteiro divertidíssimo e arte expressiva da HQ, que em sua primeira missão… digo… edição, já mostra ao que veio. Trazendo aos quadrinhos a linguagem do cinema, mais especificamente dos charmosos filmes de espiões setentistas, a história é cheia de mistério e invencionice. Trabalhando com todos os clichês associados aos espiões cinematográficos, levando eles ao seu limite, e colocando um tom de brasilidade no personagem, Flávio cria um anti-herói estapafúrdio e promissor.

A utilização de recursos de humor pensado até mesmo nos menores detalhes instigará o leitor a verdadeiramente explorar as páginas e ao encontro de pormenores tão elaborados, lhe provocará ainda mais risos.

 

 

O prefácio de Reinaldo Figueiredo, um dos criadores do Casseta e Planeta, e o posfácio de Otacílio Assunção (OTA), que trouxe a revista MAD ao Brasil, refletem bem a essência da HQ.

 

Repleta de ação, trocadilhos infames, participações ilustres, bugigangas funcionais, planos mirabolantes e onomatopeias, a obra chega pela porta da frente das HQs nacionais de humor, colocando a chutes ela abaixo e tomando seu merecido lugar. Que venham mais missões!

  Flávio Luiz é autor de Aú, o Capoeirista, O Cabra, Jayne Mastodonte e Rota 66. Venceu duas vezes o Salão internacional de Humor de Piracicaba e três vezes o HQMix, em diferentes categorias. Foi premiado em diversos salões de humor no Brasil e no exterior. www.flavioluiz.net

 


#Quadrinhos  


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