Resenha: HQ Alex Green, de Anderson Almeida

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O sentimento de não conseguir se encaixar na sociedade deve ter passado na mente de todos pelo menos uma vez na vida. Com toda a exigência, pressão social, que sofremos em desempenhar nosso papel como se “deve”, pessoas que tem algum tipo de transtorno, que dificulta tal tarefa, muitas vezes sofrem por isso.

 

A HQ Alex Green, de Anderson Almeida, utiliza de metáforas para falar sobre um desses transtornos, a dislexia. Para esclarecer, dislexia é um transtorno que se caracteriza por um baixo desempenho na capacidade de ler e escrever, e que em consequência, afeta o aprendizado.  Para o pequeno Alex Green que sonha em se tornar um mago, a dificuldade em aprender por meios tradicionais aparece como um empecilho para atingir seu objetivo.

 

 

A narrativa discorre não apenas sobre os obstáculos trazidos pela dislexia em si, como já mencionado, sendo o principal o de aprender novas coisas. Ela destaca ainda as atribulações sob Alex ao se ver cercado de pessoas que não compreendem ele ser diferente das demais crianças. Diferença essa caracterizada até mesmo fisicamente, sendo a chama que traz na cabeça expansiva ao contrário da vela presente nas outras pessoas.  Por conta disso, diversas portas são fechadas para o pequeno aprendiz, mas com determinação e o apoio dos pais, ele continua em sua busca.

 

 

A HQ é de uma sensibilidade palpável. Até mesmo abrir mão de textos na narrativa foi uma escolha muito bem pensada. Aqueles que tem dislexia, com a falta de escrita, podem acompanhar a história mais facilmente. Afinal, as imagens falam por si. Através de diversos elementos simbólicos é possível acompanhar perfeitamente a narrativa, que apresenta traços limpos, toda em preto e branco.

 

Para além disso, a HQ é recomendada a todos, até mesmo quem não tenha, ou não conheça alguém com dislexia. Ela fala sobre muito mais que isso, é uma história simples e linda de superação, reconhecimento e perseverança.

 

 

O quadrinho é parte de um projeto de animação desenvolvido pela produtora Moonshot Pictures – responsável pelas produções 9mm: São Paulo e  Sessão de Terapia – em parceria com a Tortuga Studios, criadora de The Under-Undergrounds.

 

 

 


#Quadrinhos   ; ; ;


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