Criado por Francylene Silva - 25 de maio de 2018 às 20:14
Se você tiver aversão à mortes detalhadas e sangrentas fuja de Relatos de Sangue – A fórmula de um psicopata . Contudo, se não, e ainda não se importar de ler sobre tais situações e apreciar um bom thriller psicológico com mistérios terríveis e final surpreendente, o livro de Jonas Zair e Hugo Renan é o que precisa.
O antagonista da história se mostra como um grande desafio na carreira do experiente detetive Christian Sullyvan, que conta com diversos casos de suma importância bem-sucedidos. Ao pegar o caso, o detetive começa uma corrida contra o tempo para achar o responsável por tantas mortes, antes dele fazer outra vítima. Colocando em risco a própria vida e das pessoas ao seu redor, Sully se vê cercado de pistas improváveis e revelações enigmáticas enquanto tem de liderar uma equipe de policias inexperientes.
Como nas melhores histórias do gênero, o detetive tem de lidar com um psicopata inteligente, cruel e frio, que parece estar sempre um passo a frente. Manipulando as pessoas e determinando as regras, ele acaba por tentar desestabilizar o detetive.
Por conta da personalidade negativa do protagonista – arrogante e impulsivo, estão entre os adjetivos que melhor o descrevem – em diversos momentos é possível questionar suas motivações para desvendar o caso. Em muitos deles, mais que a busca por justiça, ele se mostra inclinado apenas a preservar o já inflado ego. A narração em primeira pessoa, que indica bastante os pensamentos e circunstâncias por trás da atitudes do protagonista, corrobora com essa percepção.
Um dos recursos utilizados pelos autores para que o leitor entendesse o contexto e a personalidade de Sully – e há todo um cuidado na introdução do personagem – foi utilizar de suas conturbadas memórias de família. Com elas, além de entendermos suas relações familiares com a ex-mulher, a filha e a namorada, principalmente, também fornece uma breve explicação de quem é Christian Sullyvan e como chegou ao cargo e prestígios atuais.
Assim como psicopatas, os autores vão brincando com os leitores, que apesar de poderem desenvolver diversas teorias, possívelmente serão surpreendidos pelos acontecimentos. A construção da narração é muito bem pensada para ao final responder todas as perguntas em aberto, entregando assim um obra arrematada e notável.
A escrita é fluída, e apresenta uma tensão crescente até o clímax da revelação final. É como se um relógio despontasse no canto da página apontando o tempo que falta para que a bomba exploda. Até lá o clic de cada segundo sendo subtraído atormenta.
Detalhes: O livro possui um capítulo bônus que, com uma perspectiva diferente da do protagonista, esclarece alguns acontecimentos omitidos do enredo.
Publicado pela Editora Skull, o livro possui uma boa diagramação, porém é preciso uma revisão mais minuciosa, por conta de alguns erros encontrados.
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Jonas e Hugo são amigos a mais de vinte anos. Desde adolescentes escrevem contos e sempre sonharam em produzir um livro. Quando surgiu a ideia de um grande projeto, Jonas convidou Hugo e juntos escreveram sua primeira obra: “Relatos de Sangue”.
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