Resenha: “Relatos de Sangue”, de Jonas Zair e Hugo Renan

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Sinopse: Um jovem rapaz, com uma vida aparentemente perfeita, surta em um acampamento de formatura, cometendo atos insanos e brutais com vários de seus colegas e professores antes de ser abatido pela polícia.
Samanta, sua namorada que fica traumatizada e abalada garante a polícia que aquele rapaz que cometeu a barbárie não era seu amado, ela afirma ter motivos contundentes para acreditar nisso. Com todas as provas indicando o contrário, ela acaba sendo taxada como louca. Mas com todas as suas forças, tenta ir atrás da verdade chegando à beira da insanidade.
Seis meses depois após os acontecimentos que abalaram a pequena cidade de Conforto de Cristo, estranhos acontecimentos começam a ocorrer envolvendo os sobreviventes do acampamento. O experiente detetive Christian Sullyvan e sua equipe terão que correr contra o tempo para desvendar os mistérios que rondam aquele caso e para salvar vidas. Sully, como gosta de ser chamado enfrentará a maior ameaça com  qual já lidou em todos seus anos de vivência nos mais terríveis casos.
Um assassino extremamente frio, cruel, sádico, muito inteligente e que parece estar sempre a um passo à frente. Ele é capaz de arquitetar as mais insanas perversidades.

 

 

Rastro de sangue em busca por psicopata

 

Se você tiver aversão à mortes detalhadas e sangrentas fuja de Relatos de Sangue – A fórmula de um psicopata . Contudo, se não, e ainda não se importar de ler sobre tais situações e apreciar um bom thriller psicológico com mistérios terríveis e final surpreendente, o livro de Jonas Zair e Hugo Renan é o que precisa.

 

O antagonista da história se mostra como um grande desafio na carreira do experiente detetive Christian Sullyvan, que conta com diversos casos de suma importância bem-sucedidos. Ao pegar o caso, o detetive começa uma corrida contra o tempo para achar o responsável por tantas mortes, antes dele fazer outra vítima. Colocando em risco a própria vida e das pessoas ao seu redor, Sully se vê cercado de pistas improváveis e revelações enigmáticas enquanto tem de liderar uma equipe de policias inexperientes.

 

Como nas melhores histórias do gênero, o detetive tem de lidar com um psicopata inteligente, cruel e frio, que parece estar sempre um passo a frente. Manipulando as pessoas e determinando as regras, ele acaba por tentar desestabilizar o detetive.

 

Por conta da personalidade negativa do protagonista – arrogante e impulsivo, estão entre os adjetivos que melhor o descrevem – em diversos momentos é possível questionar suas motivações para desvendar o caso. Em muitos deles, mais que a busca por justiça, ele se mostra inclinado apenas a preservar o já inflado ego. A narração em primeira pessoa, que indica bastante os pensamentos e circunstâncias por trás da atitudes do protagonista, corrobora com essa percepção.

 

Um dos recursos utilizados pelos autores para que o leitor entendesse o contexto e a personalidade de Sully – e há todo um cuidado na introdução do personagem – foi utilizar de suas conturbadas memórias de família. Com elas, além de entendermos suas relações familiares com a ex-mulher, a filha e a namorada, principalmente, também fornece uma breve explicação de quem é Christian Sullyvan e como chegou ao cargo e prestígios atuais.

 

 

Assim como psicopatas, os autores vão brincando com os leitores, que apesar de poderem desenvolver diversas teorias, possívelmente serão surpreendidos pelos acontecimentos. A construção da narração é muito bem pensada para ao final responder todas as perguntas em aberto, entregando assim um obra arrematada e notável.

 

A escrita é fluída, e apresenta uma tensão crescente até o clímax da revelação final. É como se um relógio despontasse no canto da página apontando o tempo que falta para que a bomba exploda. Até lá o clic de cada segundo sendo subtraído atormenta.

 

 

 

Detalhes: O livro possui um capítulo bônus que, com uma perspectiva diferente da do protagonista, esclarece alguns acontecimentos omitidos do enredo.

 

Publicado pela Editora Skull, o livro possui uma boa diagramação, porém é preciso uma revisão mais minuciosa, por conta de alguns erros encontrados.

 

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Jonas e Hugo são amigos a mais de vinte anos. Desde adolescentes escrevem contos e sempre sonharam em produzir um livro. Quando surgiu a ideia de um grande projeto, Jonas convidou Hugo e juntos escreveram sua primeira obra: “Relatos de Sangue”.

 

 


#Livro   ; ; ;


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