Criado por Francylene Silva - 3 de abril de 2018 às 20:11
Deuses caídos, de Gabriel Tennyson, é um dos lançamentos do primeiro semestre da Editora Suma. Com criaturas sobrenaturais reinventadas de maneiras sombrias em meio a uma investigação sinistra, o livro promete surpreender com uma história cujo cenário é o Rio de Janeiro.
Quer saber mais? No livro, um serial killer com poderes paranormais está assassinando evangelistas famosos — e os vídeos de cada um deles sendo torturados ganham cada vez mais público na internet. O assassino se proclama o novo messias, e os pecadores devem temer sua justiça. O que a Sociedade de São Tomé teme, no entanto, é que ele acabe com o trabalho de séculos de manter o sobrenatural bem afastado da consciência da população, embora seres mágicos povoem o submundo da cidade.
Para garantir que o assassino seja capturado e o máximo de discrição mantida, a Sociedade convoca Judas Cipriano — um padre indisciplinado, descendente de são Cipriano e herdeiro de alguns poderes celestiais. Veterano nesse tipo de caso, o padre é enviado para trabalhar como consultor da Polícia Civil e fica responsável por apresentar à jovem inspetora Júlia Abdemi o lado místico da cidade.
Para resolver o caso — e sobreviver —, os dois precisarão de toda ajuda que puderem encontrar… O que inclui se unir a uma súcubo imortal, um dragão chinês traficante de armas mágicas e um gárgula que é a síntese da sociedade carioca.
Para conhecer mais sobre Deuses Caídos, conversamos com o autor, que nos revelou suas inspirações para criação da obra e se ela terá uma continuação.
– Padre indisciplinado, súcubus, dragão chinês traficante de armas mágicas, gárgulas… O que mais podemos esperar de “Deuses Caídos”?
Diversas criaturas mágicas foram “pervertidas” em Deuses Caídos. Optei por fazer perguntas esquisitas na hora de conceber a história. Uma delas foi uma piada: como seria Crepúsculo sem a fofice? Se analisarmos bem, Bella é uma necrozoófila indecisa entre namorar um cadáver e um cachorro com esteróides ( risos) Daí surgiu a ideia de criar uma fantasia urbana em que os monstros realmente fossem grotescos em um sentido estético.
E se em vez de estátuas aladas em castelos góticos, os gárgulas fossem uma manifestação da própria cidade? E se fossem entidades de concreto, cabelos de vergalhão, olhos de vidro, e que pudessem se mesclar às estruturas urbanas? E se eu trocasse espadas mágicas por um revólver 38 decorado com runas, capaz de disparar seis sopros de dragões diferentes? Essas questões acabaram formando algo estranho e ao mesmo tempo reconhecível para os leitores. Eu abrasileirei mitologia internacional e fiz algumas releituras de nosso próprio folclore.
Minhas influências visuais vieram de filmes como Silent Hill, Hellraiser, Labirinto do Fauno e Seven – os sete crimes capitais. Se eu tivesse que definir o livro em uma frase, diria que é uma espécie de Hellboy tão violento quanto os filmes de Hannibal Lecter.
– A história é ambientada no Rio de Janeiro. Como foi feita a escolha do cenário e o por quê dela?
A maioria das fantasias urbanas são ambientadas em grandes metrópoles. Por que não no Rio de janeiro? Eu gosto de escrever sobre aquilo que conheço. Eu cresci numa favela em Brás de Pina. Ficaria inconsistente escrever sobre personagens em uma Londres ou Nova Iorque. Acho que passou da hora de produzir literatura fantástica sem a dublagem versão Herbert Richards ( risos). Tentei também sair desse ambiente de praias e Zona Sul carioca. Muitos capítulos do livro retratam o Rio de Janeiro que existe além do túnel Santa Bárbara. Bairros como Madureira, Ilha do Governador, Santa Cruz estão todos lá.
Foi divertido colocar um dragão chinês que vende muambas e armas mágicas, além de ser dono de pastelarias.
– O livro é único ou terá uma continuação?
A história fecha em um único volume, mas pode ter novos episódios. Vai depender principalmente do interesse do público.
Como é seu processo criativo? Quanto tempo demorou para escrever o livro?
No total, cerca de dois anos, mas é porque reescrevi a história obssessivamente. Só o prólogo teve 34 versões ( não, não é força de expressão rs).
Eu costumo definir duas coisas antes de partir para a escaleta: o começo e o final. O primeiro parágrafo é sempre o mais difícil. Vivemos numa época de multimídia e se o autor não acertar uma marretada no leitor logo na primeira frase, ele pode perdê-lo para um seriado ou uma briga de Facebook.
Quais as inspirações para escrever terror?
Morar numa cidade violenta como o Rio de janeiro ajuda bastante. Quem escuta programas policiais na rádio AM, como Patrulha da Cidade, sabe que o horror produzido pelo ser humano deixaria qualquer demônio chorando em posição fetal.
Minhas ideias surgem no meu cotidiano. Podem vir de filmes, livros ou até mesmo de uma simples ilustração.
Por qual motivo alguém deveria ler Deuses Caídos?
Como escritor, eu tentei produzir o tipo de história que eu gostaria de ler numa obra do gênero. Ela Toca em temas polêmicos sem fazer rodeios. Se eu fiz meu dever de casa direito, algumas cenas do livro nunca foram tentadas antes, mas cabe ao leitor julgar isso. Eu só quero que o público se divirta com as maluquices da minha cabeça, tanto quanto eu me diverti escrevendo.
#Livros Deuses Caídos; Editora Suma; Entrevista; Gabriel Tennyson
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