Para contar mais sobre o lançamento, conversamos com a autora. Confira a entrevista:
Como surgiu O Encanto de Lerfreut?
Maria -No começo, meu objetivo (e desafio) era escrever um livro infantil, no estilo de “Alice no País das Maravilhas” e “O Mágico de Oz”. Entretanto, aos poucos que fui desenvolvendo a história, ela ganhou novas faces, e desisti da ideia de seguir o público infanto-juvenil. Foi quando muitas outras personagens surgiram (incluindo dois protagonistas), assim como casais e os famosos plot twists. Minha primeira escrita do prólogo foi totalmente diferente de como está agora, e, se eu não tivesse reformulado-a, o enredo de “O Encanto de Lerfreut” seria bem diferente do atual e verdadeiro.
O livro faz parte da Série Prodigium. Serão ao todo quantos livros?
Serão, ao todo, 3 livros (uma trilogia) com um adicional de contos, narrando um conjunto de histórias importantes para o surgimento de tudo o que acontece em “O Encanto de Lerfreut”. Já estou com o título dos próximos.
Como é seu processo criativo? Quanto tempo demorou para escrever o livro?
Meu processo criativo varia muito. Por exemplo, durante a escrita de “O Encanto de Lerfreut”, meus bloqueios criativos foram mínimos, e escrevi todo o livro em cinco meses. Entretendo, estou num bloqueio intenso para o segundo livro há cerca de três meses, ainda sem ter alcançado a metade.
Apesar de ser uma fantasia, o livro aborda temas sérios como homofobia, depressão e suicídio. Como foi escrever sobre assuntos tão delicados em um contexto fantasioso?
Foi uma experiência completamente nova e emocionante para mim (literalmente, com direito a lágrimas e tudo). Fantasia é meu gênero favorito, mas, num livro do tipo, eu não queria deixar de levar reflexão ao leitor. Sempre quis retratar assuntos tão sérios com a responsabilidade e a visibilidade merecidas. Não são nada que possa ser ignorado. Eu costumo pensar que o universo de Prodigium é inteiramente fantasioso até que as máscaras caiam (fato subentendido pela própria protagonista, Everlin); quando isso acontece, o leitor pode perceber que há os mesmos perigos e sentimentos que em nosso mundo.
Como ocorre o desenvolvimento dos personagens do livro?
É algo complexo de se responder e que exigiria muito tempo, mas é uma pergunta que me intriga, pois adoro falar, principalmente, das histórias das personagens, independentemente de seu grau de importância para o livro.
Cada uma das pessoas de Prodigium num geral (aquelas que já apareceram e aquelas que ainda aparecerão) tem sua própria história, suas próprias batalhas e várias faces. São pontos que me agradam explorá-los antes e durante a escrita de um livro. Uma personagem não é composta de apenas uma característica, de medos, personalidade e fraquezas. Uma personagem tem pensamentos num único estilo, opiniões, modo de agir, modo de falar, modo de andar, modo de ver a vida e aqueles que estão ao seu redor.
Em Prodigium, há uma história (entende-se como lembrança, passado) de que me orgulho muito. Não por ser feliz ou divertida, mas por trazer à tona tudo aquilo que desejo para a tal personagem envolvida. Aquelas memórias a moldaram também, para que então aparecesse como si no enredo.
