Criado por Francylene Silva - 24 de março de 2018 às 18:37
Sinopse: Imagine uma loja onde são vendidos, há dez gerações, todos os produtos possíveis e imagináveis para se suicidar. As opções são infinitas: desde bombons envenenados até balas de revólver e cordas de enforcamento. Esta é a famosa Loja dos Suicidas da família Tuvache. Determinada a manter sua tradição e excelência de atendimento e qualidade, essa pequena empresa familiar prospera na tristeza e no humor negro até o abominável dia em que surge um adversário impiedoso: a alegria de viver!
Clássico da literatura, Pollyana, de Eleanor H. Porter, conta a história de uma garotinha de 11 anos que apesar de todas as diversidades da vida, consegue sempre pensar tudo de uma perspectiva positiva. Não estamos confundindo de resenha, é que é exatamente está a principal característica de Alan, protagonista do macabro e reflexivo A Loja dos Suicídas, do francês Jean Teulé. Contudo, o contexto é bem diferente do de Pollyana, Alan é a versão da simpática menininha, em uma ambiente dominado pelo caos, e este é o mais interessante ponto de discussão da obra.
Imagine uma loja que prospera no desespero das pessoas ávidas por tirar a própria vida. Com o lema “Morte ou seu dinheiro de volta”, a família Tuvache se orgulha da excelência dos produtos e satisfação dos clientes, afinal, a maioria não volta para reclamar.
O patriarca da família, Sr. Muchida, sua esposa, Lucrécia e os dois filhos mais velhos, Marilyn e Vincent são sempre deprimidos e macabros. Se vangloriam de seus problemas de saúde, e de sua vida sombria. Fogem de qualquer coisa alegre. Sendo bastante caricatos, os personagens tem uma visão de vida com valores invertidos e isso fica muito claro em uma narrativa que transborda humor negro.
A chegada de Alan na família foi um choque. O menino está sempre com um sorriso no rosto, tendo atitudes inocentes e amigáveis. Isso é algo raro naquele futuro incerto, trágico e depressivo ao qual serve de pano de fundo para a história. A alegria de viver de Alan, que passa a ser uma espécie de ovelha branca da família, acaba influenciando a vida de todos.
O livro possui poucas páginas, com capítulos curtos, o que facilita a já fluída narrativa. O final, surpreendente, quebra o moralismo maçante de “lições de vida”, mas deixa por si uma mensagem que certamente sairão das páginas e acompanharão o leitor em longas reflexões introspectivas.
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O livro ganhou uma adaptação em 2012. A animação musical A Pequena Loja de Suicídios tem diferenças do livro, incluindo um novo final, fazendo com que se tornasse mais leve que a obra.
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Jean Teulé é um romancista e autor de quadrinhos francês , que também trabalhou para cinema e televisão. Entre seus romances estão: Matem e devorem! e Le Montespan.
#Livro A Loja dos Suicídios
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