Criado por Francylene Silva - 14 de março de 2018 às 20:19
A graphic novel Até o Fim não é apenas sobre o que as pessoas esperam da pós-vida, mas também como elas confrontam a morte.
Com roteiro de Eric Peleias, desenhos de Gustavo Borges e cores de Michel Ramalho, a HQ conta a história de Lilian e seus amigos, que ao irem em uma viagem, acabam falecendo em um acidente de carro. Para poder voltar a vida, Lilian terá de enfrentar um desafio: escolher o destino de cada um que estava no carro, incluindo seu irmão e seu namorado, antes de o sol nascer.
Lilian pode parecer apática e pragmática, agindo de forma fria e objetiva na maioria do tempo. Acontece que toda a personalidade vinculada a ela, pelos diálogos logo ao início da trama, principalmente, reflete em suas ações diante da situação. E há nelas uma quebra do que é a associação comum sobre como uma pessoa agiria em seu lugar, rompendo alguns tabus relacionados a forma como encaramos a morte.
Ao se despedirem da vida, os personagens se revelam, mergulham em uma jornada introspectiva e confrontam seus maiores medos. Ao ter que definir o futuro da alma de cada um, Lilian acaba por se sensibilizar e enfrentar o que cada um deseja para si.
O conceito e a estética visual, principalmente pela escolha da utilização das cores em tons azuis, auxilia na construção de uma atmosfera mística sob a história. A pouca diferenciação entre a narrativa pré e pós acidente pode confundir, mas ao mesmo passo, explora os limites entre realidades. Contudo, outros elementos e enquadramentos também são utilizados para caracterizar este plano espiritual, como a presença de seres misteriosos e de um guia que auxilia Lilian nesta jornada.
Em suas 96 páginas, o que transparece é que a exploração do tema em si sobressai a da história utilizada para falar sobre ele, o que não é algo ruim. A HQ parte da pergunta: “A Morte é o Fim?” e mostra as diferentes interpretações sobre a vida após a morte, o que ela significa e o que esperam dela, em uma abordagem simples, sem aquele peso recorrente quando tratamos deste assunto. “A vida acaba ou há uma outra depois dessa?” , ” Para onde vamos depois de morrer?”, “Estaria nosso destino pós-morte associado ao que vivemos?”, são diversos os questionamentos que o quadrinho propõe e que instigará o leitor a refletir sobre eles.
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Eric Peleias é designer gráfico, ilustrador e quadrinista, também formado em Direito. É autor das histórias em quadrinhos “Ima – Sempre em Frente“, “Eu, Super“, “Olhos Insanos” e “Diário de um Super“, além de participar de coletâneas, como Pátria Armada: relatos de guerra e Os Mundos de Jack Kirby.
Gustavo Borges é autor de quadrinhos, ilustrador e estudante de design gráfico. Criador das webséries A Entediante Vida de Morte Crens e Edgar (ganhadora do Troféu HQ/Mix 2014 – publicação independente). Publicou Pétalas, com cores de Cris Peter, e Escolhas, com Felipe Cagno e novamente Peter.
Michel Ramalho é ilustrador e quadrinista, atua em revistas como Recreio e Picolé (Coquetel). É autor de “De Noite Amanheço“, “I Wanna be Dino” e “Dois“. Fez trabalhos de cor base em Edgar, cor para capa em Horizonte de Eventos e participou como desenhista na HQ A Samurai.
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A HQ é um lançamento da Geektopia, selo de quadrinho da Editora Novo Século.
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