A inspiração veio de um mito grego, a história é bem criativa, e a estreia não poderia ser melhor. O quadrinista Erik Souza se lança no mundo dos quadrinhos com “Uma e o Pombo”, cujo roteiro e desenhos tem assinatura do rapaz. O quadrinho, primeira publicação da editora Sê-lo, conta em 60 páginas. A história fala sobre a preparação da célula 1-3/MV UMA para hibernar, nos longínquos quadrantes da área desértica de Lacedemônia.
Apesar de receber detalhadamente todas as recomendações para a preparação do ritual de higienização, as ordens são ignoradas e expõe a célula ao maior perigo do mundo: a contaminação. Em um mundo resumido ao sintético e a purificação total do ser, sentimentos primitivos como amor, medo e tristeza adquirem formas e contornos distintos. Serão reais ou apenas alucinações geradas pela exposição aos gases desinfetantes?
Intrigante, não? Por isso, entrevistamos Erik Souza, para nos contar como surgiu a história e a produção da HQ.
Descreva Uma e o Pombo. Como surgiu a ideia da história?
Uma e o Pombo conta a historia da personagem 1-3/MV UMA, nela a protagonista se prepara para hibernar e passar pelo ritual de higienização, mas por algum motivo ela decide sair, assim sendo exposta aos gases desinfetantes que causam alucinações. O quadrinho tem como ponto central essas alucinações. Até que ponto essas visões da protagonista são alucinógenas? tem algo real ali acontecendo?!
Além disso Uma e o Pombo também é uma releitura do mito grego da Leda, rainha de Esparta que foi seduzida por um cisne que era Zeus disfarçado. Conheci essa história por uma pintura do Da Vinci chamada Leda e o Cisne, exibida em São Paulo há uns 2 anos. A peça era linda, fiquei tão fascinado que em um momento no quadrinho, eu brinco com isso e coloco os personagens da minha historia na mesma pose dos personagens na obra do pintor. Essa referencia acaba ficando nas entrelinhas, mas uso ela como base para dar sentido para essas visões da protagonista.
Tanto o roteiro quanto os desenhos são seus? Como foi processo de criação da HQ?
Sim, são meus. A principio esbocei no meu sketchbook a primeira parte, depois elaborei melhor os planos numa folha maior e depois finalizei no computador. A segunda parte eu esbocei e finalizei direto no computador de forma mais solta. O mais engraçado é que a primeira parte, que levei mais tempo pra ser produzida, nem é a minha preferida. Acabei gostando mais do desenho e da maneira que resolvi a narrativa do quadrinho na segunda parte.
A música também teve um papel importante no processo da minha historia, ouvi muito um álbum chamado Blue de um coletivo de musica eletrônica chamado iamamiwhoami. esse coletivo tem em seus sons e em seus vídeo clipes uma atmosfera onírica/ futurista que definitivamente foi uma forte influencia neste trabalho.
Qual a sensação de lançar o primeiro quadrinho?
Boa, extremamente boa! A principio o quadrinho seria apenas disponibilizado na internet. Mas, na metade do processo, enquanto postava previews no facebook, algumas pessoas se interessaram em publicar e vi que poderia ser uma boa.
Quais serão seus futuros projetos?
Tenho um sendo construída agora! Ainda está no começo, mas é bem diferente desse meu primeiro quadrinho que tem uma atmosfera mais sci-fi. O meu próximo trabalho tratará de um assunto que considero mais delicado e realista.
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