O nervosismo de lançar o primeiro livro é grande, mas de lançar o segundo é pior, pois as expectativas geradas são maiores. É exatamente por esse momento que Martha Ricas está passando. A escritora lança “Querubins – A Balança do Coração”, segundo livro do universo fantástico explorado na estreia “Querubins – A Sentença da Espada”, lançado no ano passado, com anjos, batalhas e muita aventura.
Apesar de contar com uma protagonista conhecida dos leitores, por sua participação no primeiro livro e ainda no conto “O Anjo e o Leviatã”, presente na antologia “Criaturas do Submundo”, temos cenários, tramas e um novo tom na recente obra. Sobre tudo o que a diferencia e as expectativas de sua continuação foram conversadas em entrevista exclusiva que Martha Ricas deu ao Mais QI Nerds.
Este é o seu segundo livro. A sensação em ver o lançamento deste é diferente do primeiro?
Sim. Com o primeiro livro, tudo é muito novo, não se sabe o que esperar. Coisas boas e ruins acabam sendo surpresas. Já com o segundo trabalho, há expectativas a corresponder, erros que não podem ser repetidos e uma ansiedade redobrada.
O que “A Balança do Coração” se difere de “A Sentença da Espada”?
Creio que a principal diferença se dê pelas protagonistas querubins. Elas dão o tom da narrativa e acabam permeando todo o livro. Em “A sentença da espada”, a Chaya é a protagonista e o mundo que nos é apresentado é bastante obscuro, cruel, algo a ser vencido com a coragem que é somente dela. Já em “A balança do coração”, temos Ashira nos contando sua história. O cenário é bucólico (Itália na Renascença) e o olhar da Canção é mais complacente em relação às pessoas. Ashira precisa percorrer o caminho inverso ao de Chaya. Entender seu lado querubim, enquanto a outra precisava aprender com os humanos.
Quanto tempo levou para escrever o novo livro?
Este livro teve um prazo bem apertado para ser escrito. Levei apenas dois meses e meio para finalizar o projeto.
Há uma ligação entre a saga Querubins e ainda o conto “O Anjo e Leviatã” (presente na antologia Criaturas do Submundo), ambos apresentam querubins, que tem relação entre si, como protagonistas. Há mais histórias sobre os personagens vindo por ai? Podemos esperar Salatiel como principal da próxima ?
Sim! O conto nos mostra Ashira depois da história de “A balança do coração”, tanto é que podemos perceber que, apesar de misericordiosa como sempre, ela aparenta estar mais centrada em “O Anjo e o Leviatã”. Sim, o próximo livro será do Querubim Dourado Salatiel e contará com Lucifer como antagonista.
Apesar de suas protagonistas serem igualmente querubins, elas possuem personalidades e atitudes bem distintas. Como você realiza a criação do personagem?
Com os querubins, procuro fazer de cada um deles um aspecto do que Deus representa e do que falta a todos nós em algum momento. A Chaya tem a coragem, honestidade e lealdade; Ashira ficou com o amor, arte e bondade e para o Sal selecionei sabedoria, calma e liderança. A partir dessas características, desenvolvo suas personalidades e a história/missão para cada um.
Suas histórias já passaram pela Inglaterra e Idade Média. Como ocorreu a decisão de ter a Itália como pano de fundo do novo livro?
A Itália é um dos lugares mais belos do mundo, o berço das grandes obras e mestre das artes. Mas, é um lugar marcado por guerras, conflitos e por isso palco para tantos romances. Ashira é encantada por arte, sendo a única querubim cantora, e pelos humanos em geral, por isso, nada melhor do que ver se as belas pinceladas não escondem segredos terríveis sobre o passado das grandes famílias e suas Casas italianas.
Tanto o conto, quanto o primeiro livro, apresenta uma narrativa em primeira pessoa, alternada entre dois personagens, o novo livro também acontece neste formato?
Sim. Gosto sempre de ter uma perspectiva humana e uma angélica para retratar a história. Não que todos os livros obrigatoriamente seguirão assim, mas por enquanto tenho gostado bastante dessa estrutura.