Criado por Francylene Silva - 29 de julho de 2016 às 22:41
Quando seu objetivo é adentrar territórios inimigos em busca de um objeto poderoso o ideal é passar despercebido. Essa, porém, é uma tarefa praticamente impossível para o anão alado, Le Goff, que parte em uma aventura em meio as terras dos Gigantes para conseguir o Objeto do Poder pertencente ao seu povo, o Pergaminho do Mar Morto. O anão, por possuir pele branco-amarelada, característica dos albinos, atrai para si a atenção por onde passa. A aventura se torna ainda mais perigosa, porque, por conta das asas atrofiadas, ele não consegue voar.
Igualmente peculiar é Arnie, gigante que possui apenas um olho, e que acaba, por ocasionalidade, acompanhando Le Goff em sua jornada. Esses dois personagens tão distintos são os protagonistas de “O Cemitério dos Anões”, segundo livro da saga “Objetos do Poder”, do escritor Marcos Mota. As características que os diferenciam de seus povos, são os fatores de semelhança entre os dois protagonistas, suas singularidades. Porém, suas ações e impulsos são extremante opostos, ainda mais, se tratando da forma com que lidam com tais características.
Motta apresenta personagens com qualidades e defeitos. Podemos até dizer que os defeitos são mais acentuados – ao início da história, Le Goff, é o oposto de um herói: mentiroso, desleal, dissimulado e manipulador – o que acaba humanizando o personagem e tornando mais real criaturas tão fantásticas. Além disso, assim como realizou em “O Enigma dos Dados”, o autor consegue em “O Cemitério dos Anões”, que seus personagens tenham um desenvolvimento e amadurecimento natural no decorrer da história, as mudanças se assimilam àquelas que acontecem em nossa própria vida, realizadas através da experiência e dos erros e acertos de nossas escolhas.
No primeiro livro da série, o personagem principal dominava a matemática, neste, o anão é expert em História e Geografia, além de possuir um poder de memorização sem igual. Já os gigantes são os possuidores dos conhecimentos esportivos. Nos próximos livros, outras matérias terão ligação direta com a história. Em ambos os casos, estas habilidades são apresentadas como uma características intrínseca nos personagens, sem necessitar de grandes atos para demonstrá-las, fazem parte do que são.
O segundo volume expandiu o mundo apresentado no primeiro, dando uma dimensão maior do que até então os leitores conheciam. Assim como, introduziu diversas outras criaturas, além dos já mencionados anões alados e gigantes, outros seres aparecem na história.
A construção da narrativa é direta, esmiuçando a história em apenas 184 páginas, sem apresentar qualquer falta aparente. As situações possuem ritmo dinâmico e costuram uma história muito bem amarrada. Começando com uma caça a um artefato, o enredo acaba se tornando maior, ao passo que compreendemos que a jornada dos protagonistas não se trata apenas da busca por um objeto, mas também da verdade envolvendo algo que aconteceu há centenas de anos e que pode mudar muito do mundo que eles conhecem atualmente, afetando a ambas criaturas, anões e gigantes. Já o final nos mostra que a jornada está apenas começando e podemos ainda esperar por muitas aventuras.
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