Aliens conquistam a Terra em “Irmandade de Copra – A Irmandade”

Em “Irmandade de Copra – A Irmandade”, somos apresentados a um mundo distópico , onde os alienígenas conquistaram o planeta Terra, quase totalmente destruído pelos humanos, que passam a morar em colônias na Lua e em Marte. Para tentar retomar o que lhes foi tirado, criam a Irmandade de Copra, grupo de jovens que se voluntariam a passar por uma transformação.  Os que sobrevivem ao processo, adquirem características especiais.

Narrado em terceira pessoa, a trama levanta o ponto de que toda história tem dois lados. No começo do livro, em meio a diversas informações sobre o estilo de vida atual dos humanos e principalmente dos Irmãos (integrantes da Irmandade), temos o ponto de vista deles sobre tudo que aconteceu, sendo os personagens em destaque. Estes são carismáticos e tem a personalidade clara e muito bem construída pela autora, ao ponto de prevermos quais serão suas atitudes em determinadas situações.

Esta primeira parte se mostra um tanto confusa, não pela história em si, mas por dois pontos: a utilização de explicações (através dos asteriscos) de termos novos, e a dificuldade de desassociação das passagens narradas no presente, dos flashbacks, bastante frequentes. No primeiro caso, como mencionei, os termos ou podem ser facilmente entendidos pelo contexto ou a procura da definição ao final da obra quebra o ritmo da leitura e até mesmo o melhor entendimento da história. Uma sugestão para uma próxima edição é apresentar pelo menos os termos mais importantes em notas de rodapé.

Já no segundo caso, quando se acostuma e aguarda por tais passagens, o leitor consegue identifica elas melhor. Mesmo com isso, o uso dos flashbacks é muito bem utilizado, dando agilidade a história e ao mesmo tempo, intensificando clímax de certos pontos da narrativa.  Principalmente em partes protagonizadas pela Aeris.

Já a partir da segunda parte, e tendo Aeris, ou Musa, como personagem de ligação, somos apresentados à perspectiva dos alienígenas. Todo o desdobramento sobre a vida deles, e o seu lado da história, vão aos poucos sendo revelados. Como as explicações são apresentadas à Aeris por Dakarai, um carismático alienígena, e indiretamente aos leitores, não se tornam artificiais e nem comprometem o ritmo da narrativa.

Nesta parte da história, é importante destacar ainda o detalhamento que a autora faz de cada cenário apresentado, tão bem realizado, que dá ao leitor uma ampla visão de onde os personagens estão e sua interação com o ambiente.

O final do livro aumenta a expectativa do virá a seguir, começando a apresentar questionamentos sobre poder absoluto e a forma de organização da sociedade, seja ela humana ou alien. O epílogo ainda, dá um gostinho de que o verdadeiro vilão ainda não foi revelado.

Para os que amam bônus, ao término da história, o livro apresenta não apenas a explicação de termos utilizados, como um dicionário Sherriel (alien) e uma lista descrevendo os Irmãos.