Criado por Francylene Silva - 19 de abril de 2016 às 17:08
“O Mundo de Charlie” surgiu de uma longa caminhada do quadrinista Adriano Araújo. Tentando sair do comum, ele pegou a conhecida dupla, o menino e seu bichinho, e decidiu criar uma história ampla e original, levando os personagens em aventuras que podem ser acompanhadas semanalmente, com a publicação de uma nova página. Adriano utiliza a internet como forma de promover seu trabalho, usando diversos meios para tal. A HQ pode ser acompanhada na plataforma Issue, no site Nerds de Garagem e ainda pelo app Tapas.
Responsável tanto pela arte quanto pelo roteiro, o quadrinista se disse encorajado pelo novo cenário do mercado de quadrinhos, principalmente no meio independente. “Eu venho de uma geração que não via qualidade e então de repente uma enxurrada de materiais nacionais muito bons começaram a surgir e isso enchia os olhos, coisa linda de ver e eu queria estar ali também e fazer algo bacana. Hoje vejo esta possibilidade. Está no mínimo muito mais animador do que há pelo menos uns cinco/ dez anos atrás. Hoje existem várias formas de publicar, só não publica quem não quer”, disse.
MAIS QI NERDS – Como surgiu “O Mundo de Charlie”?
Adriano Araújo – Charlie vem de um personagem muito antigo meu que se chamava Breno e andava com um pequeno gato chamado Bruno, mas este personagem acabou sendo registrado por outra pessoa e eu o deixei de lado, anos depois criei uma versão dele chamada Charlie e um gato chamado Darwin, mas ainda não era o que eu queria. Faltava algo e, depois de muito pensar, o pequeno Charlie começou a tomar forma e então sua personalidade foi se moldando mais ao que é hoje, mas como já era moda no Facebook a publicação de tiras com meninos e suas mascotes, decidi criar uma história maior e semanal, dar uma viajada mesmo e sair do cliché.
Quais foram suas referências?
Minhas referências vão desde Doug, a Kalvin e Aroldo, Peanults (por isso mantive o nome Charlie) e eu queria fazer algo em que pudesse soltar a imaginação de forma surreal mesmo, também uso muita referência em contos de fada (não raramente você vai ver trejeitos Disney nos desenhos) e o fantástico mundo de Bobby, personagens que fizeram a minha infância de uma forma geral. Tudo me inspira, a lista seria quase interminável.
Tanto o roteiro quanto a arte são suas. Como é o processo de criação? Qual a técnica utilizada?
Eu crio tudo desde o roteiro até a arte-final. Normalmente eu foco no que eu quero naquela cena específica, busco referências (nunca começo nada antes de assistir um bom filme/desenho). Nas páginas eu uso de tudo, começo no lápis, depois já vou para a aquarela nas cores e o nanquim na arte-final, embora seja comum eu retocar com lápis de cor e incluir efeitos no photoshop. Eu gosto de misturar tudo o que tiver em mãos. Mas particularmente eu não fico escrevendo muito, tenho a história na cabeça, imagino como quero aquela cena na página e mando bala na arte, em cada página devo levar cerca de oito horas, as vezes menos.
Tem planos de publicar a webcomic de forma impressa?
A ideia inicial era partir para o financiamento coletivo, mas havia o fator principal: QUEM SOU EU. Se as pessoas não me conhecem e nem conhecem meu trabalho ficaria difícil conseguir verba. Então, pretendo sim publicar de forma impressa, mas acredito que seja algo mais para o próximo ano, ou até antes. Nunca se sabe, vamos ver qual a aceitação do personagem pelo público.
Como foi seu início nos quadrinhos?
Foi meio estranho, eu comecei oficialmente como roteirista e criador de “Breno e Bruno” na HQ Blizzys, na sequência parti para uma coletânea que não me recordo o nome, mas que tratava sobre homossexualismo, desde então venho experimentando formatos de tiras na web ou páginas. Mas sempre considerei O Mundo de Charlie um início oficial ou pelo menos mais organizado. RS. Atualmente tenho outra webcomic chamada Éden, sobre zumbis.
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