Criado por Francylene Silva - 9 de março de 2016 às 23:33
O cartunista, quadrinista e ilustrador Walmir Américo Orlandeli, ou como mais conhecido, apenas Orlandeli apresenta uma extensa e bem sucedida carreira, atuando na área de ilustração e cartum desde 1994. Autor da revista Grump, pelo qual ganhou o troféu HQ Mix de Melhor Revista de Humor, em 2012, e dos livros “(SIC)”, “Eu matei o Libório” e “GRUMP: Naqueles tempos – 20 anos de histórias”, atualmente produz, entre outros trabalhos, as tiras de “O Mundo de Yang”.
Publicado no site oficial e em alguns jornais, “O mundo de Yang” ganhou versão impressa, com a compilação com as 52 primeiras tiras publicadas e ainda um material exclusivo, ilustrações do personagem principal pelo traço de outros artistas.
Na história, Yang acorda em um lugar diferente e, em seu primeiro contato com esse mundo, fica sabendo que foi convocado para uma missão que pode mudar o destino do universo. Ele passará por treinamento, fará amigos e confrontará seus inimigos. Em sua jornada, Yang vai perceber que tem uma ligação muito mais forte com aquele lugar do que imagina.
Em entrevista exclusiva ao Mais QI Nerds, Orlandeli contou detalhes da criação de “O Mundo de Yang” e ainda falou um pouco sobre o início nos quadrinhos
Como foi seu início nos quadrinhos?
Comecei como a maioria. Tive uma infância de fascinação por quadrinhos. Gostava tanto que comecei a desenhar as próprias histórias por simples divertimento. Desenhava em um caderno e esse ia circulando nas mãos dos amigos na sala de aula, meu público leitor da época.
Em 94 apareceu a primeira oportunidade de publicar profissionalmente em um jornal em São José do Rio Preto, o Diário da Região. Lá publiquei a tira “Violência Gratuita”, que anos depois rebatizei para “Grump”, o personagem principal. Depois disso as coisas foram acontecendo.
Como surgiu a ideia da criação de “O mundo de Yang”? Quando foi publicada a primeira tirinha?
Sempre publiquei tiras em quadrinhos. O formato e a narrativa enxuta sempre esteve presente em meu trabalho. Mas faz algum tempo que queria explorar mais a linguagem gráfica e narrativa. Essa necessidade resultou na tira “Sic”, formato maior (tira dupla) que a tira tradicional e com uma linguagem mais complexa. Adorei a experiência. Daí pensei em usar esse mesmo espaço (um pouco maior na verdade, Yang ocupa o espaço de três tiras) para contar uma grande história. Uma aventura em vários capítulos semanais. Daí no segundo semestre de 2014 esbocei a história e em janeiro de 2015 foi a primeira publicação.
Na internet, encontramos diversos artistas que publicam tiras online, porém, as suas apresentam formato daquelas que encontramos em jornais impressos, e agora, até mesmo podem ser encontradas neles. Essa migração do online para o jornal foi pensada desde o início?
Na verdade a migração foi no oposto. Comecei no jornal, mesmo. Raro algum material meu na web que não tenha saído em jornal antes. Sou da época em que o jornal era a principal plataforma para publicar tiras. Por isso o formato padrão. Hoje a internet supera isso fácil. Não se vê mais a necessidade de se enquadrar em um formato específico para produzir tiras. Internet dá essa liberdade.
Apesar de individuais, as tiras apresentam uma ordem cronológica. Como é o processo de criação delas? Como surgiu a ideia de juntá-las em um livro e quantas tiras estão nele? Há algum material exclusivo?
Desde o início a ideia era ter várias pequenas narrativas que juntas formariam uma grande história. Para produzir isso primeiro imagino uma linha de ação sem muitos detalhes. Sei o que o personagem quer, suas dificuldades, seu objetivo e onde deve chegar, mas sem me preocupar exatamente “como” ele fará isso. Com essa linha estabelecida começo a pensar os capítulos separados, um a um. Trabalhando a narrativa individual. Aí as coisas vão acontecendo, algumas mudam… mas seguindo como base a estrutura inicial.
Compilar tudo na forma impressa era previsto, como as tiras juntas formam uma única história, poder ler todas juntas de uma só vez deixa a experiência de leitura bem mais interessante.
A ideia é formatar a história em, pelo menos, três arcos. Esse primeiro reúne as 52 primeiras tiras. De material especial tem os artistas convidados, com uma galeria do Yang em vários traços.
O livro apresenta diversas participações especiais, como de Laudo Ferreira e Luciano Salles, como surgiu tais parcerias? Como foi a escolha delas?
São amigos que tenho grande admiração, tanto pelo trabalho como pela conduta. Ruis Vargas, Davi Calil, Spacca, Luciano Salles, Laudo Ferreira, Antonio Eder e Vitor Cafaggi. Ter o personagem na visão e traço desses artistas acaba sendo um presente tanto para o leitor como para mim mesmo. Muita gente não foi convidada simplesmente por falta de espaço, mas tenho a mesma admiração. Nos próximos pretendo manter essa seção e deve aparecer mais gente.
Muitas publicações online conseguem oportunidades de serem publicadas de forma impressa. Acha que este é o caminho natural?
Creio que sim. A publicação em papel, principalmente de quadrinhos, ainda é algo desejado pelos leitores.
Outras são publicadas em plataforma de quadrinhos online, algo que está se popularizando atualmente. O que acha sobre?
Acho sensacional. É um meio de atingir um número maior de leitores. Conheço muita gente que quando gosta do online acaba indo atrás do impresso. E mesmo se não for, ainda é uma ferramenta de comercialização em massa, que acaba fortalecendo a imagem do personagem diante do público, o que acarreta infinitas possibilidades de exploração além da HQ em si. Qualquer suporte que aumente o número de leitores é bem vindo. Precisa aprender a explorar isso da melhor forma.
“O Mundo de Yang” pode ser encontrado para compra no site oficial e na fanpage
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