Criado por Francylene Silva - 15 de outubro de 2015 às 09:43
O que há por trás da guerra: Escolhas – No livro, somos apresentados a duas histórias. A primeira, ambientada nos EUA em um período pós 11 de setembro, mostra Sophie Campbell, médica que tenta a todo o custo evitar que sua irmã mais velha vá para a guerra do Iraque. Ela, por indicação do seu tio, começa a ler o livro “A Escolha de Uma Valquíria”, no qual, segundo ele, encontraria as respostas necessárias aos questionamentos da moça. Neste livro, é relatada a trajetória da valquíria Arthenis em um período que antecede o apocalipse nórdico, o Ragnarok.
Tais narrativas, que são apresentadas em primeira pessoa, de forma simultânea, poderiam facilmente serem distribuídas em duas obras paralelas, mas é na alternância do enredo que o livro apresenta seu ponto mais interessante e ainda, que os apontamentos levantados, ganham força e relevância.
Ambas as histórias apresentadas questionam pensamentos explorados em períodos de tensão, escolhidos engenhosamente, por representarem claramente a dubiedade de tempos de guerra. Levantando questionamentos sobre valores e pensamentos novos e antigos quanto as justificativas apresentadas para que ocorram e ainda debatendo sobre o que realmente é importante na vida.
Outra comparação possível à trama, envolve a leitura em si. Ao passo que Sophie adentra a narrativa de Arthenis, não apenas somos espectadores das duas histórias, como podemos observar também, como a segunda narrativa, a da valquíria, afeta a médica. Com isso, é fácil a identificação dos leitores com ela, podendo eles próprios obterem tais ligações com as histórias, tal qual ocorre diversas vezes no ato da leitura.
A narrativa é direta e consegue percorrer pelo épico e cotidiano de forma fluida. Em uma temática envolvendo guerras, há vários personagens, apresentados no decorrer da trama. Os que ganham destaque tem ações determinantes dentro dela, e não apenas compõem o pano de fundo.
Outro aspecto positivo da obra é que, sendo cheia de termos e personagens conhecidos por amantes de mitologia nórdica, apresenta a preocupação para que pessoas cujo contato tenha sido breve ou desconheça totalmente de tal assunto possam se situar através de um glossário. Há ainda uma relação com os significados dos nomes dos principais personagens, que evidência também o quanto a obra foi pensada em detalhes.
Alguns pontos negativos devem ser avaliados: o texto apresenta erros de digitação, algo que com uma revisão mais atenta seriam resolvidos. E mesmo que a proposta da capa seja interessante, apresentar uma aparência rústica, esta compromete a leitura do texto por conta da coloração escura das letras.
O livro apresenta uma proposta ousada mas bem executada. Toda a sua estrutura: os detalhes da narrativa, os acontecimentos com começo, meio e fim definidos, a ausência de pontas soltas no enredo, faz com que a estreia de Caio Rodrigues Alves seja admirável.
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